Fisioterapia entra na luta contra enxaqueca

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/02/2016 às 15:46
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Pacientes com a doença podem ter o processamento das informações auditivas prejudicadas  (Foto: Free Images) Estudos da Universidade de São Paulo comprovaram eficácia da fisioterapia associada ao tratamento convencional da enxaqueca com medicação (Foto: Free Images)

Da Agência USP de notícias

Tratamento contra enxaqueca ganha importante aliado. Para amenizar a dor crônica que acompanha significativa parcela da população em todo o mundo, estudos da USP de Ribeirão Preto comprovaram a eficácia da fisioterapia associada ao tratamento convencional com medicação. A pesquisa foi realizada por pesquisadores de diferentes áreas da saúde ligados à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e trata-se do primeiro ensaio clínico, conduzido por grupo brasileiro, que mostra a atuação fisioterápica sobre enxaqueca.

O objetivo foi conhecer a ação de técnicas especificas aplicadas no pescoço de pessoas que sofrem da doença, já que essa abordagem ainda é pouco conhecida nacionalmente. Conta a fisioterapeuta Lidiane Lima Florencio, integrante da equipe da USP, que 50 pacientes seguidos no Ambulatório de Cefaleia do Hospital das Clínicas da FMRP (HCRP), todas mulheres em tratamento medicamentoso, participaram do estudo.

As pacientes foram separadas aleatoriamente em dois grupos: um que, além dos remédios, passou por atendimento fisioterápico durante um mês, e outro, que só recebeu medicação convencional para a doença.

Os resultados deixaram claro que “a adição do tratamento da fisioterapia, direcionado ao pescoço, ao tratamento convencional medicamentoso, acelera a melhora clínica, a percepção quanto a essa melhora, a satisfação com o tratamento e ainda reduz a sensibilidade dolorosa local”, confirma a fisioterapeuta Lidiane.

Redução de dor

Logo após o término das sessões, ainda no primeiro mês de avaliação, o grupo que teve fisioterapia associada ao tratamento reduziu em 4,49 dias de dores de cabeça no mês. No mesmo período, o grupo controle, só da medicação, tinha reduzida apenas 3,68 dias. No segundo mês de avaliação, um mês após o fim das sessões fisioterápicas, a redução dos dias de dor das pacientes que haviam recebido fisioterapia foi ainda maior, de 5,21 dias de dor de cabeça, enquanto que o outro grupo teve redução de 4,6 dias de dor.

As técnicas de fisioterapia fizeram diferença também sobre a intensidade e a sensibilidade da dor relatadas pelas pacientes. Numa escala de zero a 10, o grupo com fisioterapia disse que a intensidade da dor diminuiu 0,17 no primeiro mês e 0,11, no segundo. Os números para o controle foram de 0,04 e 0,06, respectivamente para primeiro mês e segundo mês de avaliação.

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