Tecnologia usa videogame para ajudar pacientes que sofreram AVC a recuperar movimentos

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 14/02/2016 às 8:00
Biofeedback-235 FOTO:

Imagem da tecnologia Biofeedback (Foto: Reprodução) Pacientes aprendem a controlar jogos de computador através da atividade elétrica muscular de superfície, ajudando no tratamento contra as sequelas do AVC (Foto: Reprodução)

Um projeto que conta com o auxílio de um videogame para ajudar pacientes que sofreram AVC (Acidente Vascular Cerebral) a evoluir mais rapidamente no tratamento para recuperação dos movimentos. Esse é o objetivo da Biofeedback, uma técnica avançada de treinamento desenvolvida pela NeuroUP, da empresa Up Biomedical, que permite a autorregulação do corpo com o uso da tecnologia. O projeto, que acaba de entrar no mercado através do CESAR.LABS, programa de empreendedorismo do CESAR, promete possibilitar a reeducação muscular e a medição objetiva da evolução dos tratamentos.

A equipe, formada por pesquisadores com formação na área da Saúde (Fisioterapia) e em Engenharia (Biomédica e de Computação), chegou ao instituto de inovação por meio do edital da Startup Brasil. Partindo com um perfil técnico e acadêmico, e com um projeto ainda embrionário, o grupo coordena os pacientes, que aprendem a controlar jogos de computador através da atividade elétrica muscular de superfície. Cada participante ganha pontuações de acordo com os objetivos atingidos.

A ferramenta já está sendo usada em um estúdio de pilates e em uma clínica de fisioterapia do Recife. Além dos pacientes que sofreram AVC e tiveram os movimentos reduzidos, a técnica está sendo aplicada em pacientes neurológicos, na reabilitação de joelhos e de músculos superficiais. "Vimos um paciente que sofreu um AVC há seis meses e ficou com os movimentos da mão esquerda muito prejudicados. Usando o equipamento, o paciente pode ver que está recuperando seus movimentos. Mesmo que seja um avanço muito pequeno, quando o paciente consegue ver que está evoluindo consegue avançar e evoluir no tratamento", revela Ubirakitan Maciel, diretor-executivo da NeuroUP.

O objetivo era facilitar o acesso a tecnologias atacando dois problemas que assustavam os profissionais de saúde – o custo e a complexidade. Com o desenvolvimento do projeto, foi possível reduzir os custos de programas e equipamentos usualmente importados, e simplificar essas tecnologias para que os profissionais de saúde, mesmo sem formação técnica específica, pudessem entender e aplicar o Biofeedback diretamente em seus pacientes.

"Quando chegamos no CESAR, a gente não tinha nem o produto em si. Fomos pensando em formas mais simples até chegarmos na real necessidade dos tratamentos e condições que existem aqui no País. Nosso projeto foi adaptado de acordo com os pacientes e as demandas das clínicas, e a visão e modelo de negócios do CESAR foram fundamentais para colocar a nossa ideia diretamente no mercado, em um curto espaço de tempo", explica Maciel.