Projeto temático reúne pesquisas sobre a doença de Alzheimer

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 04/01/2016 às 18:01
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Imagem de idoso (Foto: Free Images) Dados serão analisados pelos pesquisadores que buscam, por meio das imagens, reconhecer padrões associados à doença de Alzheimer (Foto: Free Images)

Da Agência USP de notícias

Cientistas de diferentes grupos de estudo, mas com interesse comum em viabilizar diagnóstico precoce, testar novos tratamentos e caracterizar a doença de Alzheimer, estão reunidos em um projeto temático em andamento no Núcleo de Apoio à Pesquisa em Neurociência Aplicada (NAPNA), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

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O projeto envolve pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e de Ribeirão Preto (FMRP), do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e de Psicologia (IP) da USP. A proposta é utilizar equipamentos de imagem, como ressonância magnética e tomografia por emissão de pósitrons (PET), e biomarcadores liquóricos (parâmetros biológicos presentes no liquor, espaços entre as membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal) para estudar a doença de Alzheimer, com a integração de cientistas e da estrutura desses centros de pesquisa da USP.

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença de Alzheimer é a principal causa de demência (síndrome resultante do declínio progressivo da capacidade intelectual do indivíduo) no mundo, responsável por 50 a 80% dos casos. A doença afeta a memória, pensamento e comportamento das pessoas, caracteriza-se pela destruição progressiva e irreversível dos neurônios, células do sistema nervoso. Ela não tem tratamento específico nem cura, mas existem intervenções para que os pacientes consigam manter suas funções, por isso a importância do diagnóstico precoce, já que a doença de Alzheimer se inicia muitos anos antes de aparecerem os sintomas.

Uma das etapas do projeto temático do NAPNA consiste na organização de um banco de dados com centenas de imagens de ressonância magnética do crânio de três grupos de pacientes idosos: o primeiro, com diagnóstico provável de doença de Alzheimer; o segundo, com comprometimento cognitivo leve (considerado um estágio intermediário entre o envelhecimento normal e demências, como a doença de Alzheimer); e o terceiro grupo, com voluntários idosos sem nenhum sintoma de demência.

“As imagens de ressonância estão sendo obtidas, concomitantemente, do recrutamento em São Paulo e Ribeirão Preto, por meio da FMUSP e FMRP. Isso amplia a coleta de dados de pacientes que passam pelos mesmos protocolos de avaliação clínica e de ressonância magnética”, explica o professor da FMUSP Geraldo Busatto Filho, integrante do projeto e um dos coordenadores do NAPNA.

Esses dados serão analisados pelos pesquisadores que buscam, por meio das imagens, reconhecer padrões associados à doença de Alzheimer. Busatto conta que parte dos voluntários de São Paulo também terão suas vias visuais analisadas pelo grupo de pesquisa da professora Dora Ventura, do Instituto de Psicologia da USP.

“Uma área ainda pouco explorada sobre a doença de Alzheimer é de alterações visuais associadas a essa demência. Então, após os exames de imagem e avaliações clínicas, os pacientes são convidados a uma avaliação completa psicofísica e fisiológica das vias visuais”, diz o professor.

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