Estudo descobre proteína que desliga processo inflamatório

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 24/12/2015 às 14:25
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Imagem de tubos de ensaio (Foto: Free Images) Proteína é capaz de enganar o sistema de defesa e impedir o início do processo inflamatório (Foto ilustrativa: Free Images)

Da Agência USP de Notícias

A ciência lança luz sobre grave problema de saúde pública que aflige autoridades no Brasil e no mundo, a sepse. Mais conhecida como infecção generalizada, trata-se de um conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção. Segundo o Ministério da Saúde, a sepse é responsável por 25% da ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no País. Atualmente, é a principal causa de morte nessas unidades.

Felizmente, as últimas respostas de laboratórios de pesquisa trazem importantes informações sobre o comportamento de bactérias durante ataque ao sistema imunológico. Em seus últimos estudos, o professor Dario Zamboni, do Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, conseguiu identificar e testar uma proteína que é capaz de enganar o sistema de defesa e impedir o início do processo inflamatório. O que vale dizer que o organismo não reage à sua infestação.

Essa nova molécula, identificada pelo grupo de Zamboni e chamada IcaA (do Inglês, Inhibition of caspase activation), já era conhecida da comunidade científica. Ela é produzida pela bactéria Coxiella burnetii, causadora de um tipo de pneumonia muito comum entre cuidadores de animais. É uma bactéria muito agressiva, pois apenas uma é capaz de infectar e deixar uma pessoa saudável doente, ao contrário da maioria das outras bactérias que só conseguem contaminar um organismo humano quando milhares de bactérias invadem o corpo.

A equipe de Zamboni mostrou nesse trabalho que, enquanto a Coxiella neutraliza a ação de defesa do sistema imunológico, a Legionella pneumophila (também causadora de um tipo de pneumonia em humanos) reage de forma totalmente diferente, ativando o sistema de defesa. E, também, identificaram IcaA como uma das proteínas que a Coxiella utiliza para inibir a ativação do sistema imune. Através de engenharia genética, o gene que codifica a proteína IcaA em Coxiella foi introduzido na outra bactéria, a Legionella. O resultado foi a obtenção de um mutante da Legionella que, originalmente é uma bactéria altamente ativadora da inflamação, passou a produzir a proteína da Coxiella (a IcaA) e, ao contrário do que fazia antes, começa então a inibir a inflamação.

Confira a matéria completa no site da Agência USP de Notícias.