Mulheres com mamas densas têm até 5 vezes mais chances de desenvolver câncer de mama

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 25/10/2015 às 13:00

Imagem de mulher com fita rosa em referência ao Câncer de mama Especialistas alertam que ficar atento à densidade mamária resulta em melhor modelo de prevenção do câncer de mama. Mamas densas podem dificultar a interpretação das imagens da mamografia (Foto: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem)

Idade superior a 50 anos, tabagismo, terapia de reposição hormonal (TRH) sem supervisão médica adequada e histórico da doença na família são alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de mama. O que muitas mulheres não sabem, no entanto, é que aquelas que têm mamas densas também se encaixam no grupo de risco. Especialistas alertam que ficar atento à densidade mamária resulta em melhor modelo de prevenção, já que mulheres com mamas densas têm até cinco vezes mais chances de desenvolver câncer de mama em relação àquelas com baixa densidade.

Segundo a radiologista Vivian Schivartche, especialista em diagnóstico da mama do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, um dos grandes desafios da mamografia é que mamas densas (principalmente nos níveis três e quatro) podem dificultar a interpretação das imagens. "Na imagem mamográfica, o tecido denso aparece em branco, enquanto a gordura é caracterizada pelas áreas escuras. Como os tumores também aparecem em branco nessas imagens, é mais difícil diferenciar o que é tecido altamente denso de um tumor. Os avanços da mamografia nos últimos anos, quando passou de um simples exame em filme para um exame digital e, mais recentemente, para um exame em três dimensões (tomossíntese), caminham na direção de aumentar a detecção de tumores cada vez menores. Ao lado disso, a ultrassonografia também auxilia a encontrar alterações no meio do tecido denso", explica.

Outro ponto que costuma gerar dúvidas de interpretação são as calcificações. Elas fazem parte de muitos processos da mama. Algumas são malignas, outras não. Por isso, muitas vezes é necessário realizar imagens adicionais na mamografia ou ainda uma biópsia para chegar a um diagnóstico definitivo. "A mamografia tomográfica, também chamada de mamografia 3D ou tomossíntese, costuma aumentar em até 30% a detecção do câncer de mama, já que permite enxergar o tumor numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas. Porém, em situações especiais, em pacientes de alto risco, ou quando persistirem dúvidas, esses outros exames devem ser realizados, como a ultrassonografia e a ressonância magnética", alerta a especialista.

Confira cinco dicas da radiologista Vivian Schivartche para as mulheres que vão realizar a mamografia:

1. "Se a paciente puder optar pela mamografia digital em detrimento da convencional, é melhor. Mas vale ressaltar que hoje em dia já é possível realizar a tomossíntese – ou mamografia 3D – em muitas cidades do Brasil, aumentando ainda mais o percentual de diagnóstico precoce".

2. "Observe a reação do seu corpo durante o ciclo menstrual, evitando agendar a mamografia naqueles dias em que as mamas estão mais sensíveis e doloridas".

3. "Se puder escolher a clínica onde será realizada a mamografia, dê preferência àquelas que investem em novas tecnologias, já que os mamógrafos vêm sendo modificados para tornar o exame mais rápido e menos incômodo às pacientes. Outro ponto importante é a clínica contar com um radiologista especializado em imagem da mama para orientar a realização do exame".

4. "Durante o exame, procure seguir a orientação do profissional que está no comando, evitando movimentos que possam comprometer o resultado final. Tenha em mente de que se trata de um exame rápido, realizado somente uma vez ao ano, e que pode salvar a sua vida".

5. "Não se apavore se for chamada para uma repetição. Ao contrário, procure agendar o quanto antes esse novo exame e procure relaxar, permitindo a compressão necessária para a melhor imagem possível. Oito em cada dez nódulos encontrados não têm nada a ver com câncer".