Prevenção do suicídio: Profissionais debatem sobre o tema em evento aberto ao público

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 24/09/2015 às 12:22
tristeza_destaque FOTO:

O ato que uma pessoa pratica contra si mesma revela grave sofrimento psíquico (Foto: Free Images) O ato que uma pessoa pratica contra si mesma revela grave sofrimento psíquico (Foto: Free Images)

Na terça-feira (29/9), equipes da Secretaria de Saúde do Recife se unem para fazer parte da Campanha de Prevenção do Suicídio e Valorização da Vida. Entre as 8h30 e 12h, especialistas discutem o tema no Auditório Capiba do prédio da Prefeitura do Recife, que fica na Avenida Cais do Apolo, no Bairro do Recife. Podem participar do evento profissionais e qualquer pessoa interessada no assunto. A entrada é gratuita, e a inscrição pode ser feita na hora.

Leia também: 

>> Prevenção do suicídio é tema de simpósio internacional

>> Prevenção do suicídio: Setembro amarelo chega ao Palácio do Campo das Princesas

Na ocasião, a cineasta e psicanalista Isabela Cribari mostra ao público o seu curta-metragem De Profundis. Em 21 minutos, o documentário conta a história dos moradores de Itacuruba, no Sertão de Pernambuco. O município passou a ter um índice de suicídio dez vezes maior do que a média nacional depois que os moradores tiveram de deixar a cidade, inundada para a construção de uma hidroelétrica.

Segundo a técnica da Coordenação Municipal de Saúde Mental, Cleo Queiroz, a prevenção ao suicídio se faz cada vez mais necessária. “Grande parte dos casos de suicídio tem origem em transtornos afetivos e de humor, sobretudo entre jovens de 15 a 35 anos”, afirmou a técnica.

De acordo com a Sociedade Pernambucana de Psiquiatria, no Brasil, a cada 45 minutos, uma pessoa põe fim à própria vida. A nível mundial, um indivíduo se suicida a cada 45 segundos. Segundo o Ministério da Saúde, entre as principais causas de suicídio, destacam-se transtornos mentais, sociodemográficos, psicológicos e condições clínicas incapacitantes.

O Caps Boa Vista, na Rua General Jose Semeão, é um dos 17 que oferecem apoio terapêutico a quem precisa de ajuda (Foto: Divulgação) O Caps Boa Vista, na Rua General
Jose Semeão, é um dos 17 que oferecem apoio terapêutico a quem precisa de ajuda (Foto: Divulgação)

Saiba mais sobre a rede de cuidados no Recife

As pessoas podem procurar ajuda nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e, se necessário, são encaminhadas para unidades de saúde de referência. Confira:

- Além dos 17 Caps (seis deles são exclusivos para o atendimento de pessoas com necessidades decorrentes do uso de drogas), o serviço disponibiliza quatro unidades de acolhimento (residências) e em 24 leitos integrais em hospitais que recebem as pessoas encaminhadas pelos Caps que dão suporte clínico. Para saber onde estão os Caps: 81 3355-2811. 

- A capacidade de atendimento por unidade é de 45 usuários por dia.

- Também há seis equipes de Consultório de Rua e duas equipes de Consultório na Rua, compostas por psicólogos, assistentes sociais e agentes redutores de danos. Estas últimas são voltadas exclusivamente para usuários moradores de rua em vulnerabilidade social.

- As pessoas que buscam tratamento podem chegar e ser avaliadas pela equipe de qualquer Caps. Após esse primeiro momento, é feito o acolhimento e um atendimento individual, de acordo com cada caso. O quadro do paciente vai determinar se ele permanece no atendimento ou é encaminhado para outro serviço, caso o indivíduo não tenha dependência, mas precise de orientação.

- Tratamentos oferecidos: atividades terapêuticas individuais e em grupo, trabalho com a família, oficinas e visita domiciliar.

- Ainda há os Caps infantis: os pacientes dos distritos I, II e III, até 15 anos, devem ser atendidos no Caps Zaldo Rocha; os pacientes dos distritos IV, V e VI, entre 12 e 18 anos, devem ser atendidos no Clea Lacet; os pacientes dos Distritos IV, V e VI, até 12 anos, devem ir para o Centro Médico Psicopedagógico Infantil (Cempi), que fica em Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife.