Tire as dúvidas sobre catarata, responsável por mais da metade dos casos de cegueira

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 24/08/2015 às 7:04

A catarata acomete 28,7% dos brasileiros com mais de 60 anos (Foto: Free Images) A catarata acomete 28,7% dos brasileiros com mais de 60 anos (Foto: Free Images)

Principal causa de cegueira reversível no mundo, a catarata é responsável, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por 51% dos casos de perda de visão. É causada por uma lesão que torna opaco o cristalino, lente natural do olho, o que leva ao comprometimento da visão. A doença atinge 28,7% dos brasileiros com mais de 60 anos, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada sexta-feira (21/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

“A catarata existe em qualquer faixa etária e pode se desenvolver por várias razões”, explica a oftalmologista Nara Galvão, do Hospital da Visão de Pernambuco (HVISÃO). De acordo com a profissional, as causas para o surgimento da catarata incluem doenças como rubéola na gestante (que faz com que o bebê já nasça com a catarata), traumas e acidentes oculares, além do uso continuado de drogas, principalmente, corticoides. O tipo mais comum da catarata, porém, está relacionado à idade. “Trata-se, portanto, não de uma doença, mas do envelhecimento de uma estrutura do próprio olho, conhecida como cristalino”, explica Nara.

As queixas mais comuns dos pacientes são visão borrada e troca mais frequente dos óculos de grau sem a consequente melhora na acuidade visual. A oftalmologista cita outras: “Sensação de nuvem, mudança na percepção das cores, percepção de distorções de imagem e halos ao redor das luzes. Nos casos mais extremos, vem a cegueira”.

A cirurgia é o único método eficaz para tratar a perda de visão causada pela catarata. Uma das vantagens do procedimento é que o paciente não precisa esperar a catarata evoluir, podendo realizá-lo já no aparecimento dos primeiros sintomas. “O campo da cirurgia de catarata é o que vem mais evoluindo tecnologicamente”, explica Nara. “Hoje operamos um olho com anestesia tópica, com uso de colírios e géis anestésicos, com uma incisão de pouco mais de 2 milímetros e sem a necessidade de sutura. A catarata é fragmentada dentro do próprio olho e removida por essa mínima abertura”, completa a médica.

Retirada a catarata, o espaço antes ocupado por ela é preenchido por uma lente intraocular, que não apresenta rejeição pelo organismo e tem ainda a vantagem de poder corrigir o grau que o paciente apresentava antes do procedimento – miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia (a visão de perto ruim após os 40 anos de idade).

“O destaque é a cirurgia de catarata a laser, da qual nem todos os serviços de oftalmologia dispõem ainda. Na prática, a cirurgia se torna mais segura e mais previsível que antes. O laser veio para tornar o procedimento, que dura em média de 10 a 15 minutos, ainda mais seguro”, avalia a profissional.