Por causa da caxumba, Neymar ficará cerca de 15 dias afastado dos gramados (Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem)
Depois que o camisa 10 da seleção brasileira, Neymar, 23 anos, foi diagnosticado no último domingo (9) com parotidite (infecção na glândula parótida), muita gente passou a ter uma série de dúvidas sobre a doença, que é popularmente conhecida como caxumba ou papeira.
O infectologista Danylo Palmeira, do Hospital Jayme da Fonte, no Recife, explica que se trata de uma doença infecciosa transmitida pelo ar (tosse e espirros) ou por contato direto com saliva. É causada por um vírus da família paramyxoviridae. O principal sinal da caxumba é a inflamação das glândulas salivares, principalmente as parótidas, o que deixa o rosto bem inchado.
O período de incubação do vírus varia entre 14 e 25 dias. A caxumba geralmente se manifesta durante a infância, nos meses de inverno e começo da primavera.
Os sintomas inicias são:
- Inchaço doloroso nas laterais da face e do pescoço
- Febre
- Dor de cabeça
- Dor ao engolir
- Perda do apetite
- Dores nos testículos ou ovários
A transmissão ocorre a partir de dois dias antes até nove dias depois do aparecimento dos sintomas. Geralmente o diagnóstico é feito por um clínico geral através da anamnese e exame físico, mas existem exames laboratoriais, como teste da saliva ou de sangue, que ajudam a identificar a doença.
“A caxumba geralmente é benigna. O tratamento é feito com analgésicos e antitérmicos para aliviar os sintomas, já que não existe medicamento para eliminar o vírus. Deve-se beber muito líquido e aplicar compressa morna nos locais inchados para alívio da dor e regressão do edema”, explica Danylo Palmeira.
As complicações da caxumba são raras - mas, quando acontecem, podem causar surdez, meningite viral, orquite (inflamação dos testículos), ooforite (inflamação dos ovários) e aborto. A prevenção é feita através da vacina tríplice viral, que protege contra a caxumba, o sarampo e a rubéola, a partir dos 12 meses de vida.
“Adultos e adolescentes, principalmente mulheres que planejam engravidar, não imunizados na infância e que nunca foram infectados, devem receber a vacina, cuja eficácia é de 97%", conclui o médico.