Novo sistema pode agilizar doação de órgãos

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 05/07/2015 às 6:00

etransplante Aplicativo para smartphone eTransplante permite enviar dados do doador para as equipes médicas que acompanham pacientes na fila de transplante

Da Agência Fapesp

Está em fase de testes, na Central de Transplantes do Estado de São Paulo, um software desenvolvido com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) que poderá encurtar o tempo entre a identificação de um potencial doador de órgãos e a escolha de um receptor compatível.

O sistema foi desenvolvido por alunos do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Zona Leste, sob orientação da professora Cristina Corrêa Oliveira. O trabalho está sendo feito em parceria com os pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Luciana Haddad, Jair Minoro Abe e Alex Cassenote.

“Atualmente, toda a entrada de dados sobre os candidatos a doadores no sistema é feita de modo manual, o que toma muito tempo”, conta Cristina Corrêa Oliveira.

Quando a Central de Transplantes recebe o aviso sobre a existência de um potencial doador, explicou a professora, enfermeiros do Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos (SPOT) vão até o hospital para avaliar a condição de saúde do paciente com morte encefálica, fazer exames de sorologia sanguínea, levantar os antecedentes e o histórico médico e contatar os familiares.

“Todas as informações são anotadas em uma prancheta. O enfermeiro volta para o SPOT, digita tudo em um formulário no computador, imprime e envia por fax para a Central de Transplantes. Com o novo sistema, ele pode enviar os dados de qualquer lugar usando apenas um tablet. Basta acessar uma página web”, diz Cristina.

Além de agilizar a troca de informações, o novo sistema permitirá incluir dados sobre doadores que antes não constavam nas fichas, como uso de drogas ilícitas, álcool ou tabaco.

“Depois que a doação é efetivada, tem início um processo de seleção para encontrar receptores compatíveis com cada um dos órgãos viáveis. Esse processo é feito por um outro software já existente na Central de Transplantes, mas nós desenvolvemos um novo aplicativo que poderá ajudar na etapa seguinte: a distribuição dos órgãos”, acrescenta Cristina.

Esse outro software, o aplicativo para smartphone eTransplante, permite enviar com o apertar de um único botão todos os dados do doador para as equipes médicas que acompanham os pacientes na fila de transplante. O médico recebe um alerta em seu smartphone e também todos os dados, incluindo os exames, antecedentes e histórico médico.

"No próprio aplicativo, ele pode informar se tem interesse ou não no órgão e, em caso negativo, fazer a justificativa. As equipes têm até uma hora para dar o retorno e, em seguida, a central entrará em contato apenas com os interessados, começando pelo primeiro da fila.”

Atualmente, esse processo é totalmente feito por telefone e pode demorar muito tempo localizar um paciente compatível. O novo sistema ainda está sendo testado e homologado pela Secretaria Estadual da Saúde. A expectativa é que entre em operação no Estado de São Paulo até o fim de 2015.

Leia a matéria completa