Pela proposta, os rótulos terão que informar a presença de nove grupos de substâncias que hoje respondem por 90% dos casos de alergias (Imagem: Cartilha Proteste)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) promoveu audiência pública para discutir a rotulagem dos alimentos alergênicos. Agora a proposta de alteração do rótulo passará por reunião da diretoria colegiada da agência. Caso seja aprovada, a indústria terá um ano para se adaptar.
Hoje não é obrigatório o destaque da presença de alérgenos e nem de referência ao risco de contaminação cruzada no processo de produção. Falta clareza nos rótulos, o que estimulou a criação do movimento Põe no Rótulo, criado por mães de crianças com alergia a determinados alimentos (ovo, leite, amendoim, soja, trigo, oleaginosas, peixes e crustáceos). A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), em parceria com o Põe no Rótulo, produziu uma Cartilha de Alergia Alimentar.
A entidade avalia que a rotulagem com aviso às pessoas com algum tipo de alergia é fundamental para quem convive com essa condição e fica inseguro diante da falta de informações na hora das compras. Identificar no rótulo dos produtos os ingredientes que podem acarretar problemas à saúde é direito do consumidor, assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor.
Pela proposta, os rótulos terão que informar a presença de nove grupos de substâncias que hoje respondem por 90% dos casos de alergias. A regulamentação será focada nas alergias que provocam reações severas, como choque anafilático. Haverá regras para as oito principais categorias de alimentos alergênicos: leite, ovos, amendoim, nozes, trigo (incluídos o centeio, aveia e cevada), crustáceos, peixes, soja e também para o látex natural, que está presente em luvas de manipulação e embalagens de alimentos.