Pais devem estar atentos à vacinação preventiva contra doenças respiratórias

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 14/02/2015 às 6:00

bebês-prematuros-600 Nos primeiros meses do ano, o vírus sincicial respiratório, causador de doenças respiratórias em bebês prematuros, circula em todo o País (Foto: Marcos Michael/Acervo JC Imagem)

Durante os primeiros meses do ano, o vírus sincicial respiratório (VSR), principal causa de doenças respiratórias em bebês prematuros, circula também nos Estados do Norte e Nordeste. Em ambas regiões, a circulação do VSR já começa em fevereiro; no Sul e Sudeste, só a partir de março. O alerta da Sociedade Brasileira de Imunização é a vacinação preventiva, prevista pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ter calendário diferente em cada Estado.

Em pessoas e crianças com condições normais de saúde, a infecção por VSR pode se apresentar apenas como sintomas de um resfriado forte. Porém, em bebês prematuros, com cardiopatia congênita ou com broncodisplasia pulmonar, o vírus pode dobrar o tempo de hospitalização da criança e pode até ser fatal.

Estima-se que cerca de 9,2% dos nascimentos no Brasil atualmente ocorrem antes do período considerado normal (a partir de 37 semanas). Os bebês prematuros têm maior risco de ser hospitalizados em decorrência do VSR do que um bebê nascido no tempo adequado. Para ter uma ideia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus é responsável por cerca de 60 milhões de infecções com 160 mil mortes anuais em todo o mundo.

"Para os bebês prematuros, a infecção pelo VSR é um problema sério e de saúde pública", explica o médico Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações. “De todos os bebês infectados pelo vírus, 30% terão problemas por longo prazo, como crises de chiado repetidas e asma. Os problemas causados pelo vírus sincicial respiratório podem ser prevenidos e é importante que os médicos orientem as famílias sobre isso”, alerta.

A imunização contra o VSR reduz em 55% o risco de internação nos bebês prematuros, incluindo aqueles com displasia broncopulmonar (DBP), e também diminui em 45% o risco de internação dos bebês com cardiopatia congênita. A imunização para esses bebês está disponível pelo SUS, em todos os Estados brasileiros, e é recomendada nos meses de maior circulação do vírus.