Novartis reafirma compromisso com a OMS para fazer um mundo sem hanseníase

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 02/02/2012 às 0:59

A farmacêutica Novartis continuará o trabalho com a Organização Mundial da Saúde (OMS) focado num mundo livre da hanseníase. Por isso, a empresa estenderá a doação de medicamentos para o tratamento da doença até 2020.

O compromisso, que previa inicialmente o apoio à causa até 2015, foi prorrogado por mais cinco anos e incluirá a doação de aproximadamente US$ 22,5 milhões para tratamento, além de uma verba de até US$ 2,5 milhões para apoiar a OMS na logística contra a doença.

O objetivo é ampliar o acesso ao tratamento para cerca de 850 mil pacientes em todo o mundo.

A eliminação da hanseníase é um compromisso global da Novartis que, desde 2000, fornece gratuitamente, em parceria com a OMS, a poliquimioterapia (PQT) para o tratamento da doença em todo o mundo.

A PQT, que está disponível gratuitamente em toda a rede pública do Brasil, cura a hanseníase e interrompe a transmissão da enfermidade, que atinge principalmente as populações menos favorecidas.

Em 2011, foram registrados mais de 30 mil casos da doença - 15% menos do que o ano anterior. Mesmo com a redução de novos casos, o Brasil é o segundo país com mais casos de hanseníase no mundo, ficando atrás apenas da Índia.

No Brasil, além da doação de medicamentos, a Novartis mantém a Carreta da Saúde, um projeto itinerante que leva informação à população sobre a hanseníase, promove o diagnóstico da doença e fornece gratuitamente os medicamentos necessários para início do tratamento.

A iniciativa é coordenada pelo Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e das Secretarias de Saúde locais. Nos últimos 3 anos, a Carreta da Saúde realizou mais de 35,5 mil consultas e diagnosticou mais de 786 casos da doença.

"Temos orgulho em ajudar a eliminar a hanseníase no Brasil e no mundo. Para isso, realizamos trabalhos com governos, agências internacionais, organizações não governamentais e do setor privado para assegurar que os pacientes recebam o tratamento necessário", ressalta o presidente do Grupo Novartis no Brasil.

"Somente com uma ação efetiva e coordenada por todas as partes envolvidas, podemos atingir nosso objetivo comum de erradicar a hanseníase", complementa Triebnigg.

Sobre a poliquimioterapia (PQT)

Desde 1985, mais de 14 milhões de pessoas no mundo foram curadas da hanseníase graças ao PQT, o tratamento recomendado pela OMS, que soma aproximadamente 230 mil novos casos registrados, no ano de 2010, em 130 países. Apesar disso, o controle da hanseníase permanece em um momento crítico, e o desconhecimento sobre a doença é cada vez mais comum.

A PQT, que mudou a realidade da hanseníase no mundo, consiste em três medicamentos (rifampicina, clofazimina e dapsona), dois dos quais (rifampicina e clofazimina) foram desenvolvidos pelos laboratórios de pesquisa da Novartis em 1980.

Através da PQT, é possível curar pacientes, interromper a transmissão da hanseníase e prevenir deficiências. Mesmo os pacientes com a forma mais grave da doença, mostram melhoras clínicas visíveis dentro de algumas semanas de tratamento.

Em Pernambuco

No último domingo de janeiro, ações em vários cantos do planeta se voltam para o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase. Neste ano, no sábado que antecedeu a data (dia 28), a Sociedade Brasileira de Dermatologia/Regional Pernambuco (SBD/PE) promoveu campanha que teve como objetivo aumentar a detecção precoce de casos novos da doença no Estado.

A ação contou com três consultórios no Pátio do Carmo (Centro do Recife), que funcionaram das 8h às 16h. Na ocasião, um time de dermatologistas da SBD/PE realizou exames nas pessoas que apresentavam manchas suspeitas e que compareceram ao local.

Também foram desenvolvidas atividades socioeducativas, com a participação de arte-educadores e representantes do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan). Cerca de 60 agentes de saúde distribuíram panfletos com orientações sobre a enfermidade.

A campanha culminou com 374 pessoas examinadas e 51 casos de hanseníase e suspeitos da doença, incluindo sete casos em menores de 15 anos. Todos foram encaminhados para as unidades de saúde próximas às suas residências e receberam formulário específico preenchido com as informações diagnósticas e orientações de conduta.

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