Alergia a esmaltes? Saiba como se libertar desta praga sem pirar de vez

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 22/06/2011 às 2:20

Comecei a fazer as unhas quando tinha uns 14 anos. Passados cinco anos, desenvolvi uma alergia braba a esmaltes que, para ser diagnosticada, foi um sufoco só.

(Gente, para ter informações completíssimas, não deixem de ler o bate-papo com o dermato Sérgio Palma sobre este assunto. Entrevista também foi publicada hoje, 22/6)

Na época, os médicos não imaginavam que a vermelhidão e a coceira ao redor dos meus olhos pudessem ser por causa desse produto que faz parte do arsenal de beleza das mulheres.

Num dia qualquer, quando eu tinha meus 19 anos, acordei com um coça-coça tremendo nas pálpebras. Logo pensei: "Alergia alimentar. O que danado comi?". E fiquei encucada.

Fui a um alergologista, que passou uma bateria de exames, além daqueles testes cutâneos. Resultado da investigação: apareceu que eu tinha sensibilidade a um monte de coisas e alimentos, mas nada de substâncias presentes nos esmaltes.

Tomei um antialérgico e usei alguma pomada cuja ação não me vem à mente agora. A irritação ao redor dos olhos passou. O alívio durou pouco tempo: olhos inchados e vermelhos dias depois. Lembro que fui estagiar de óculos escuros de tão feia que a coisa tava; parecia que eu tinha levado um soco de alguém. :/

Desta vez, a região das minhas cutículas coçavam demais e ficaram em carne viva. Vixi, gosto nem de pensar. A desconfiança era do sabão de coco, que usava para lavar minhas calcinhas. Fui a uma dermato, que me sugeriu trocar por sabonete neutro. Além disso, deixei de usar uns determinados xampus e até maquiagem.

Agora, imagine: estávamos às vésperas do réveillon quando a dermato pediu para eu ficar longe de qualquer cosmético usado para maquilar. Ainda tenho guardada (em alguma caixa velha) uma foto, neste ano-novo, com a cara limpa e o olho feioso. Dava para ver como a região das pálpebras já estava despelando - sinal de que a dermatite (inflamação da pele) estava indo embora.

Mas que nada... Eu continuava a usar esmaltes de todos os tipos. Afinal, ninguém (nem os médicos que havia visitado) levantou suspeitas desse produto. Dessa maneira, nas primeiras semanas do ano-bom, eu já estava com as pálpebras irritadíssimas!!!

E aí, uma luz apareceu. Pensei: "Excluí um monte de coisa da minha vida, exceto os esmaltes". Fiz o teste: nada de olhos feiosos por um tempo. Mas o que seria de mim sem as unhas belas?!? Primeiro passo: fui a farmácias de manipulação e perguntei se faziam esmaltes testados dermatologicamente. Recebi várias respostas negativas e várias (boas) indicações também.

Fui parar numa loja para alérgicos (no bairro de Boa Viagem, no Recife) que nem existe mais. Ainda lembro, como se fosse hoje, que meus olhos (antes feiosos) brilharam quando viram rótulos de esmaltes com o seguinte recado: "produto antialergênico". Comprei a rodo! A conta não deu barata.

Lamentavelmente, ainda hoje, os esmaltes hipoalergênicos são bem mais caros do que os esmaltes tradicionais: algumas marcas antialérgicas apresentam preços até sete vezes mais elevados do que as versões convencionais.

Fiquei anos perguntando aos dermatologistas onde poderia encontrar esmaltes para os alérgicos. Nunca tive uma indicação. Curiosa, eu também perguntava o que danado tinha nos esmaltes para causar tanta irritação em algumas pessoas. Passei anos sem respostas.

A minha sorte foi o boca a boca. De vez em quando, como aconteceu recentemente numa conversinha pelo Twitter com @silvinhamatos e @larrousse, eu encontrava uma pessoa na mesma situação que eu. Recordo que a Payot tinha também esmaltes para as mulheres com essa sensibilidade. Mas nunca mais os encontrei à venda.

Para a minha felicidade, uma manicure preocupada com as minhas limitações de cores (kkkkk) me disse que os esmaltes da Revlon eram todos antialérgicos. Testei. E funcionou... Até hoje, são os meus preferidos porque oferecem variedade imensa de cores e durabilidade - coisa rara nas versões destinadas às mulheres alérgicas.

Depois que a Risqué lançou uma linha hipoalergênica (e isso não tem muito tempo), passei a entender que uma dupla de substâncias é a vilã: o formaldeído e o tolueno. Na embalagem, o bom aviso: "Sem formaldeído e o tolueno". Raiva que eu tenho dessa associação nas fórmulas dos esmaltes tradicionais...

A Risqué, mais em conta do que a Revlon, foi o princípio de uma vida nova no salão de beleza, sem estresse na hora de pintar as unhas. Junto ao meu kit básico de alicates e lixas, passou a ter alguns frasquinhos da linha hipoalergência da marca.

Só consigo encontrá-los no Hiper Bompreço e no Carrefour. No primeiro supermercado, também comprava os da Revlon. Hoje só encontro Revlon nas importadoras por um preço bem salgadinho (mais de R$ 30). Então, quando vou para fora do País, faço a festa no free shop. :)

Há pouco tempo, descobri também os esmaltes Impala hipoalergênicos. Viva! Mais opções para minha nécessaire. E a loja Livfarm, no Shopping Tacaruna, no Recife, vende marcas de esmaltes para quem é alérgica como eu, como @silvinhamatos e como @larrousse. A questão é que nem sempre tem opções de sobra por lá...

Para quem deseja saber sobre as opções da Colorama, um aviso importante: a maioria das fórmulas dos esmaltes da marca é desenvolvida sem os componentes tolueno e formaldeído, "mas não são antialérgicas ou hipoalergênicas", escreve uma consultora em resposta a um e-mail que enviei recentemente para tirar dúvidas.

Ela acrescentou que várias linhas da Colorama apresentam derivados ou moléculas similares às substâncias citadas. Não entendi essa explicação dela muito bem não... Na dúvida, nem arrisco. Quero olho feioso mais não! ;)

Afinal de contas, para mim, dá para o gasto ficar com as opções da Revlon, Risqué, Impala e das marcas que vendem na Livfarm. Mas se chegar mais alguma empresa inovando nesse segmento dos esmaltes hipoalergênicos, abrirei aquele sorrisão!