Campanha da Abrale leva orientação à população sobre mieloma múltiplo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 01/06/2011 às 14:00

A Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) começa hoje (1º/6) uma campanha de conscientização sobre o mieloma múltiplo, tipo de câncer hematológico que atinge quatro a cada 100 mil pessoas acima dos 60 anos e corresponde a 10% dos tumores hematológicos.

A doença, cuja causa ainda não é conhecida, ataca as células plasmáticas, responsáveis pela produção de anticorpos. O tratamento pode exigir um transplante de medula óssea.

A ação inclui distribuição de panfletos e cartazes explicativos, com linguagem simples e direta, nos principais hospitais e centros de tratamento. A campanha, realizada em parceria com a Associação Brasileira dos Ortopedistas, também será divulgada nas principais rádios do País através de spots.

Entre os sintomas do mieloma múltiplo, estão dores nos ossos e nas articulações, além de fraturas espontâneas. Por isso, boa parte dos portadores da doença procura ortopedistas para descobrir o que está errado no organismo. Parte desses especialistas, por falta de conhecimento aprofundado sobre a doença, demora a encaminhar o paciente a um hematologista, que é o médico habilitado a tratar a enfermidade.

"O portador de mieloma múltiplo geralmente chega ao ortopedista com dores nas costas. O profissional, então, receita um anti-inflamatório, capaz de eliminar só o incômodo muscular, mas não as dores nos ossos", afirma o médico Celso Massumoto, membro do comitê científico da Abrale.

Ele complementa que, quando os pacientes finalmente chegam ao consultório do hematologista, normalmente já estão na fase avançada da doença, com fraturas frequentes ou até colapso da vértebra. Se a doença não for tratada adequadamente, o quadro evolui para anemia severa e sangramentos.

"Quanto mais rápido o diagnóstico, maiores as chances de cura. Após cinco anos, a taxa de sobrevivência do paciente é de apenas 40%", avalia a fundadora e a presidente da Abrale, Merula Steagall.

É importante informar que o tratamento do mieloma múltiplo é feito à base de medicamentos como o bortezomib, aliado ao fosfato de dexametasona. O índice de resposta a essas medicações é de 45%, que é uma taxa alta para tumores. Em pacientes mais jovens, a opção preferida pelos médicos é a quimioterapia seguida de transplante de medula óssea. Saiba mais: www.abrale.org.br.