Disfunção erétil é um distúrbio que deve ser tratado a dois

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 09/05/2011 às 16:00

A disfunção erétil, caracterizada pela incapacidade do homem em obter ou manter ereção satisfatória para a relação sexual, acomete cerca de 40% dos homens com mais de 40 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. O distúrbio, diga-se de passagem, não é só do interesse deles: o universo feminino também deve fazer a sua parte.

Sabe por quê? Embora o distúrbio acometa fisicamente os homens, ele influi na qualidade de vida e na satisfação sexual do casal. A mulher, então, exerce um papel determinante no incentivo ao parceiro. Através desse encorajamento, os homens ficam mais seguros para consultar o médico, descobrir as causas do problema e seguir um tratamento adequado.

Nem sempre, infelizmente, esse estímulo ocorre. Segundo a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade (ProSex), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), a maioria das mulheres prefere não se envolver na decisão do parceiro usar ou não medicamento para tratar a disfunção erétil.

A psiquiatra também coordenou o Mosaico Brasil, o maior estudo sobre sexualidade já realizado no País. Segundo a pesquisa, quase 35% das mulheres declararam que o uso de medicamentos para a ereção é uma decisão exclusiva do parceiro. E delas 35% afirmaram não ter opinião definida sobre a utilização de medicação, enquanto que 21% apoiariam o uso desse tipo de fármaco. Já 9,3% não apoiariam.

Para Carmita Abdo, são vários os motivos que levam as mulheres a se sentir inseguras diante da utilização do medicamento para a disfunção erétil. "Algumas delas acham que o medicamento, e não elas próprias, estimulará sexualmente o homem. Há também aquelas que temem que o parceiro use o remédio em outros relacionamentos", diz a médica.

Vale frisar que as mulheres devem ser orientadas de que o problema está associado a uma série de problemas de saúde. A causa da disfunção erétil pode estar relacionada a questões orgânicas e/ou psíquicas, de intensidade leve a severa, o que reforça a importância do envolvimento da parceira no tratamento.

Além do mais, o distúrbio da ereção pode estar frequentemente associado a doenças como diabete, hipertensão, problemas cardiovasculares, doenças da próstata, depressão e ansiedade, além de outros transtornos.

Dessa maneira, Carmita Abdo alerta as mulheres para que entendam o que significa a disfunção erétil de seus parceiros e sejam mais participativas no incentivo ao tratamento não só da disfunção, mas especialmente da causa do distúrbio.

Um médico pode ser bastante útil para prescrever a terapêutica medicamentosa adequada e para encaminhar o paciente ou o casal, se necessário, para uma psicoterapia. E não custa lembrar: nada de tomar medicamento para disfunção erétil sem orientação médica.

* Com informações da CDN, assessoria de imprensa da Pfizer