Dia Mundial da Meningite é oportunidade para alertar sobre prevenção da doença

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 18/04/2011 às 16:00

O Dia Mundial da Meningite, que ocorre neste domingo (24/4), foi criado para conscientizar a população sobre a importância de prevenir e diagnosticar precocemente a doença - inflamação da membrana que reveste o cérebro e a medula espinhal.

Causada por vírus ou bactérias, a enfermidade é considerada grave devido à proximidade da inflamação com órgãos vitais do sistema nervoso central e pode levar à morte num prazo de 24 a 48 horas após os primeiros sintomas.

O quadro geralmente é caracterizado por febre, dor de cabeça, vômitos, irritação e fraqueza. Além disso, os sinais podem evoluir para rigidez na nuca e, em alguns casos, manchas arroxeadas na pele. 

A meningite viral costuma ser a menos grave, embora exija hospitalização e tratamento médico. Já a meningite bacteriana – entre elas a meningocócica, causada pelo meningococo – é mais preocupante. Os meningococos são transmitidos de pessoa para pessoa através de tosse, espirro e beijos. Atualmente, a doença meningocócica é responsável por 50 mil mortes a cada ano em todo o mundo. 

Existem muitos alertas sobre a vacinação de crianças contra a meningite meningocócica, porém o médico infectologista Marco Aurélio Safadi reforça que, especialmente na ocorrência de surtos, observa-se um aumento no número de casos identificados em adolescentes e adultos jovens, uma vez que se socializam em grandes grupos nos quais a doença pode se espalhar fácil e rapidamente.

O combate à meningite meningocócica deve ser feito de forma preventiva, através de vacinas indicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelos governos de diversos países para pessoas consideradas em grupo de risco e viajantes a áreas acometidas por surtos. De forma dinâmica e imprevisível, os sorogrupos predominantes da doença meningocócica podem variar de região para região e no decorrer do tempo.

"Por essa razão, as vacinas que oferecem proteção contra o maior número possível de sorogrupos meningocócicos constituem-se na maneira mais eficaz e abrangente de proteção contra a doença", ressalta Marco Aurélio Safadi. 

O grande desafio da doença meningocócica é o diagnóstico em sua fase inicial, uma vez que muitos sintomas podem ser confundidos com os de outras doenças, como a dengue ou a gripe.

"No entanto, se o paciente apresentar os sintomas característicos da meningite,como dor de cabeça, febre, vômitos e rigidez na nuca, deve procurar ajuda médica imediatamente para diagnóstico e início do tratamento o mais precocemente possível", alerta Safadi. A confirmação da doença é feita pelo exame de líquor, retirado da espinha através de uma punção lombar.  

Segundo a OMS, uma entre dez pessoas que contraem doença meningocócica morre, mesmo que diagnosticada e tratada adequadamente. Sem tratamento, a taxa de mortalidade é de 70% a 90%. Das pessoas que resistem à doença, uma em cada cinco sofre sequelas por toda a vida, como danos cerebrais, perda de audição e dos membros.

* Com informações da In Press Porter Novelli, assessoria da Novartis