Deficiência de vitamina D preocupa os médicos

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 06/09/2010 às 12:10

Conversar com o endocrinologista Luiz Griz, presidente da regional Pernambuco da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM/PE), é sempre muito bom. Mesmo diante de um tema que a gente acha que já sabe, ele traz novidades. Foi assim num bate-papo que tive com ele, aqui no Endócrino 2010, sobre deficiência de vitamina D. Eu achava que já estava por dentro do assunto, mas Dr. Griz me deu novas informações.

Por sinal, ele acabou de coordenar uma conferência hoje (6/9) sobre as consequências ósseas e não-ósseas que aparecem diante da carência da vitamina. "As discussões têm chamado tanto a atenção da comunidade científica que o National Institutes of Health (NIH), nos Estados Unidos, começou a produção do estudo Vital", informa o endocrinologista.

Diga-se de passagem, Vital é a sigla do nome da pesquisa: Ensaio sobre vitamina D and ômega-3. Os efeitos da vitamina D e do ômega-3 serão avaliados separadamente e combinados. O estudo terá duração de cinco anos e será feito com aproximadamente 20 mil pacientes. Eles serão divididos em dois grupos: um tomará duas mil unidades internacionais de vitamina D. E aos outros pacientes, será dado placebo.

"O objetivo desse levantamento é analisar a relação entre a deficiência de vitamina D e o impacto da suplementação diante da diabete, do câncer, de problemas cardiovasculares e de doenças autoimunes, como psoríase, lúpus e artrite reumatoide", diz Luiz Griz. Através desse depoimento, ele pretende frisar que os efeitos da deficiência não se restringem à saúde dos ossos.

Atualmente, alguns médicos já recomendam a suplementação de vitamina D em pacientes com carência desse micronutriente. Índices abaixo de 30 ng/ml já são considerados um déficit. Uma taxa saudável deve ficar acima disso. Segundo os especialistas, o maior problema é quando essa taxa fica menor do que 10 ng/ml, o que indica osteomalácia, defeito da mineralização óssea que faz os ossos ficarem frágeis e, dessa maneira, pode haver fraturas.

Naturalmente, os raios solares e os peixes gordurosos, como salmão e atum, são os responsáveis por ativar a vitamina D. O problema é que o brasileiro não tem o costume de acrescentá-los no cardápio. Por se desviar do sol para evitar problemas como o câncer de pele e por não ter o hábito de colocar no prato fontes naturais dessa substância, a população tende a enfrentar a carência de vitamina D, detectada através de um simples exame de sangue.

Quando esse déficit é apresentado, a suplementação se faz absolutamente necessária para evitar (e controlar) não só a osteoporose, mas todas as outras doenças que serão investigadas no estudo Vital.

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