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A história e os sonhos de Patrick Nonato, autor do gol 10 mil do Santa Cruz

Diego Borges
Diego Borges
Publicado em 24/01/2020 às 8:36
Patrick marcou o gol n° 10 mil da história do Santa Cruz. Foto: Rafael Melo / Santa Cruz.
Patrick marcou o gol n° 10 mil da história do Santa Cruz. Foto: Rafael Melo / Santa Cruz.

Já diria o sábio que o 'gol é o grande momento do futebol'. Não por menos, muitos desses lances se tornam imagens afetivas, que marcam jogadores e torcedores, e até mesmo a história dos clubes para a eternidade. No Santa Cruz, já foram exatos 10.003 gols anotados até a redação deste texto, sendo apenas o 12° clube entre os mais de 800 em atividade no futebol brasileiro a atingir a marca dos dez mil.

São gols que geram uma galeria repleta de artilheiros. E quis o destino que justamente entre os gols 9.999 e 10.001, marcados pelo ídolo Pipico no 3x0 sobre o Petrolina, um novo nome fosse forjado entre os lendários atacantes do Santa Cruz. Patrick Nonato, aos 22 anos, evidentemente ainda não tem a mesma relevância histórica de Tará, Luciano Veloso, Ramón, Nunes, Grafite e tantos outros ídolos dos tricolores. Mas ele sabe o que precisa para chegar a esse patamar, já largando com um grande feito ao registrar seu nome como o autor do décimo milésimo do clube.

O Jornal do Commercio entrevistou o jovem atacante, para conhecer e contar a história do garoto que deixou a cidade natal Goiânia para tentar a vida no Recife, para se destacar com quatro gols e a vice-artilharia da Copa Pernambuco e receber com surpresa a notícia de ser titular logo na estreia da temporada. Pai de uma filha de quatro anos, Patrick tem na família o seu alicerce de incentivo e perseverança na luta pelo sonho de se tornar um jogador de sucesso no futebol, e claro, ser ídolo do Santa Cruz.

Ouça o gol 10 mil do Santa Cruz, marcado por Patrick Nonato

O INÍCIO

“Comecei a jogar na quadra, no futsal, com meus tios e primos. Lembro que meu tio Osvaldo sempre fazia tudo e quando chegava na cara do gol, ele parava a bola e eu chegava e chutava para fazer os gols”, lembra, antes de resgatar o caminho traçado até chegar no Santa Cruz. “Fui para o Goiás aos sete anos de idade e lá fui subindo de categoria. Cheguei na base aos doze anos e fiquei até os 21 anos. Foram 14 anos de Goiás. Logo em seguida, meu contato lá encerrou e eu fiquei em casa uns dois meses e apareceu a oportunidade de vir para o Santa Cruz.”

O CHAMADO

“Quando o meu empresário me falou, eu topei na hora. Sabia a grandeza que era o clube e vim para o time de aspirantes. Participei de quase todos os jogos no ano passado, só não joguei contra o Ceará porque não estava inscrito ainda. Consegui fazer gol contra a Ponte Preta e logo teve a oportunidade de disputar a Copa Pernambuco, onde consegui ser destaque. Tive o contrato renovado e agradeço a Deus e ao Santa Cruz por essa oportunidade.”

A ESTREIA

“Tive essa oportunidade de começar jogando o jogo. Nem imaginava. Quando cheguei e vi lá a minha chuteira como titular, na camisa onze, não tinha caído a ficha ainda. Todo atacante pensa em estrear fazendo gols e Deus me honrou, porque trabalhei bastante. Fiquei 14 anos no Goiás e não tive essa oportunidade, talvez eu não estivesse preparado ainda, mas Deus me preparou e colocou no dia certo e no momento certo, como titular, fazendo o gol 10 mil do Santa Cruz. Isso vai ficar marcado na minha vida.”

A FAMÍLIA

“Sempre prezo na vida pela família. Tenho uma filha de 4 anos (Emanueli). E não sou casado ainda, mas pretendo casar agora. Já tem dez anos que estou com minha namorada (Monike) e ela está segurando a barra lá (em Goiânia). Não é fácil, eu confesso, ficar longe delas. Também agradeço ao meu sogro, que dá o maior apoio a mim, e ao meu pai também, que me apoia para seguir."

A PERSISTÊNCIA

“Há umas quatro semanas atrás aqui, confesso que por uns dois dias eu acordei triste e desanimado, pensando em desistir. Mas graças a Deus eles me falaram para aguentar, que Deus iria me honrar. Tive a oportunidade de estrear e foi maravilhoso."

A MISSÃO

“Um dia antes do treino, houve um coletivo e ele (técnico Itamar Shcülle) estava ajustado o time e eu fiz um bonito gol aqui no Arruda. Daí, indo para a concentração, o Pipico chegou em mim enquanto eu conversava com alguns meninos do grupo e ele falou que o treinador estava em dúvida, se iria começar comigo ou com o Mayco (Félix). Como o Mayco estava treinando, eu nem fiquei com aquilo na cabeça, mas quando cheguei no vestiário e vi a minha chuteira na camisa onze, é que a ficha foi caindo aos poucos. Mas até então eu não sabia. Só na hora.”

O LANCE

“Na hora da jogada, eu peguei a bola e toquei no fundo para o lateral e corri para a área, como é a função do centroavante e todo atacante tem que estar na área. Ele cruzou e eu vi a bola passando pelo Pipico e eu já estava chegando e pedi a bola para o Jeremias. Ele acabou chutando e tive a sorte dela pegar no zagueiro e vir para mim livre. Eu tive a frieza de só tirar do goleiro e foi um bonito gol. Um gol que vai ficar marcado pra sempre na minha vida.”

A MARCA

“Foi cair a ficha depois que acabou o jogo e eu fiquei nas redes sociais e vi as pessoas falando. Como Deus é perfeito no que faz. Primeiro jogo como titular, um gol, e o gol 10 mil da história do Santa Cruz, que é um grande clube. Foi maravilhoso. Vou poder contar para os meus filhos."

A REPERCUSSÃO

“Te falar que depois desse gol, eles ficaram tão felizes porque me deram forças para continuar, de onde muitos não viam. Eu fiz esse gol e é o meu maior sonho. É estar hoje no Santa Cruz, fazer gols e ganhar títulos, e trazer a minha família. A minha filha e a minha mulher, que está sempre torcendo e me apoiando e segurando a barra em Goiânia, porque não é fácil ter uma criança e não ter o pai por perto."

A EMOÇÃO

“Minha filha, quando fiz o gol e mostrou na televisão lá (em Goiânia), minha namorada mandou um vídeo dela apontando para a TV e falando ‘Papai, papai, que gol’. E quando eu vi, me emocionei. Estou me organizando para elas virem para cá, porque querendo ou não ajuda bastante estando perto, a cabeça fica tranquila até para jogar.”

A INSPIRAÇÃO

“Eu me inspiro no Grafite, porque quando estava em Goiânia ele jogou em Goiás e eu acompanhei ele desde pequeno. Depois ele veio para o Santa e fez história aqui também. É um centroavante que faz gol. É a minha característica aqui também, apesar de jogar de lado, mas  estou aprimorando a cada dia. Quando cheguei no Santa Cruz, eu fui pesquisar porque eu sabia que ele era ídolo mas não tinha acompanhado a história dele aqui. Olhei os gols, o posicionamento dele, para melhorar também no meu posicionamento no dia a dia, e isso me inspira."

O SONHO

“Meu maior sonho é fazer história. Primeiramente agradeço a Deus pela oportunidade e ao treinador. É trabalhar cada vez mais forte, cada vez mais evoluir e ajudar a equipe, com gols e assistências. Poder entrar para a história, que vai ser maravilhoso. Ganhar títulos, que é importante demais para a carreira de qualquer atleta e dar alegrias à torcida do Santa Cruz, que é bastante apaixonada."

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