A Fifa emitiu nesta quinta-feira (19) uma declaração do presidente da entidade, Gianni Infantino, solicitando mais uma vez que o Irã volte a permitir a presença de mulheres nos estádios para partidas de futebol. O comunicado é uma resposta da entidade máxima do futebol mundial após a morte de Sahar Jodayari, detida por tentar acompanhar um jogo disfarçada de homem.
"Estou esperançoso de que a Federação Iraniana e as autoridades iranianas estejam abertas a ouvir nossos repetidos pedidos para que essa situação inaceitável seja resolvida", disse Infantino. As mulheres foram proibidas de frequentar as praças esportivas em 1981, após a revolução de 1979, que transformou o país em uma república islâmica teocrática.
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"Recentemente, eu e a administração da Fifa conversamos com eles algumas vezes. Temos uma delegação da Fifa no Irã agora e estou ansioso por boas noticias deles. Nossa posição é clara e firme. Mulheres devem ser permitidas nos estádios de futebol do Irã", emendou o presidente.
Jodayari morreu no início do mês de setembro após se incendiar. Conhecida como Blue Girl (garota azul) por causa das cores do seu time, ela havia sido ameaçada de prisão por tentar entrar em um estádio. Em um tribunal religioso, a iraniana foi sentenciada a seis meses de prisão por “atentado à castidade pública e insultos”. Ela faleceu após nove dias internada em um hospital.
"Entendemos que existem passos e processos que precisam acontecer antes que isso aconteça do jeito correto e seguro, mas agora é o momento de mudar as coisas e a Fifa está esperando uma resolução positiva começando no próximo jogo do Irã em casa, em outubro", completou Gianni Infantino.
O próximo jogo do Irã em casa acontece no dia 10 de outubro. A seleção persa recebe o Camboja, pelas eliminatórias da Copa do Mundo Catar-2022. O jogo acontece no estádio Azadi, na capital do país.
Na Copa do Mundo Rússia-2018, o estádio em Teerã foi aberto para que as torcedoras pudessem acompanhar o jogo da seleção local e Espanha em um telão. Mas, pouco depois, o procurador-geral do Irã Mohamed Jafar Montazeri afirmou que não permitiria autorizações excepcionais novamente.
