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Guilherme, atacante do Sport, fala sobre seu início no futebol

Pedro Alves
Pedro Alves
Publicado em 16/09/2019 às 17:44
Guilherme marcou o gol da vitória do Leão. Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem
Guilherme marcou o gol da vitória do Leão. Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem

O Sport passa por um momento positivo no Campeonato Brasileiro da Série B. Junto com as boas atuações do clube, um jogador também tem vem se destacando na temporada. Nascido no bairro Rio Pequeno, em São Paulo, o atacante Guilherme concedeu uma entrevista exclusiva ao repórter Antônio Gabriel, da Rádio Jornal, e falou sobre seus primeiros contatos com o futebol até o atual estágio da sua carreira.

Confira

Ligação com o futebol

A minha ligação com o futebol nasceu comigo. Eu treinava numa escolinha de futsal chamada Pacífico que é de lá do meu bairro, desde os meus cinco anos de idade, e desde então eu já tinha esse sonho de ser jogador.

Chegada em um grande clube

Desde novo eu fiz várias peneiras. Uma vez fiz na Portuguesa e na última etapa eu não fui aprovado. Fiz também no Corinthians e Palmeiras. Passei um tempo na base do São Paulo. Fui dispensado do Pão de Açúcar, que hoje é o Audax. Até eu conhecer o Cotia, que era conhecida com São Paulo B e fui disputar algumas competições até chegar ao Grêmio. Em 2014 surgiu a oportunidade de fazer uma avaliação com um grupo, meu desempenho foi bom e eu acabei ficando.

Importância da família para se reerguer após os "não"

Na minha situação foi complicada. Foram inúmeros "não" que eu recebi na minha carreira. Eu me lembro que antes de ir pro Grêmio fiquei um tempo sem treinar e uns amigos amigos meus me chamaram para trabalhar em um lava jato e eu me lembro que eu lavei uns três ou quatro carros e falei que isso não era pra mim. O chefe me chamou, queria me pagar os carros que eu tinha lavado, mal lavados, e eu acabei recusando o dinheiro. Cheguei em casa chateado e falei para minha mãe "isso não é para mim". Só que aquilo me agoniava porque eu queria ajudar em casa, por conta das dificuldades, e foi aí que surgiu o Grêmio. O professor Silva, de Cotia, falou com o Grêmio, eles me aceitaram e agora estou nesse momento dentro do futebol.

 

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Futebol gaúcho

Eu acho que a maior rivalidade é Grêmio e Inter. Sou suspeito de falar porque fiz minha base lá e tive o prazer de jogar o Gre-nal tanto na base quanto no profissional. O Grêmio é um clube gigantesco, onde eu tive a minha oportunidade com a idade um pouco mais avançada. O professor do sub-19 que estendeu a mão para mim e depois o Roger Machado. Cheguei a ser emprestado para o São José e eu renovei meu contrato para o Gauchão 2016. Foi onde apareceu o Guilherme, inclusive fiz gol no Inter e no próprio Grêmio. Na minha volta foi quando Roger estendeu a mão para mim. O momento que mais ficou marcado para mim foi quando subi para o profissional do Grêmio e isso ficou marcado na minha carreira.

Passagens em vários clubes

Antes eu não achava legal esse negócio de ficar sendo emprestado sempre. Tive passagens no São José, Botafogo, Chapecoense e Coritiba até chegar ao Sport, todos por empréstimo. Já faz três temporadas que estou distante de Porto Alegre, do Grêmio. Mas pensando hoje, percebi que amadureci muito como jogador, mas principalmente como homem, porque foram realidades totalmente diferentes. Tive uma realidade diferente no São José, onde saio daquela estrutura do Grêmio para ir para um clube pequeno. Depois botafogo, Chape, Coritiba e isso me amadureceu muito, me ajudando a chegar mais preparado no Sport e agora é só tentar atingir momentos mais altos.

Importância do Botafogo

A torcida teve um carinho gigantesco comigo e eu também. Foi um ano muito especial com um grupo qualificado. Eu tive uma liberdade no Botafogo que era incrível, que parece muito com a que tenho aqui (no Sport) hoje. Era muito legal. Quando eu saia na rua o torcedor me abraçava, igual fazem comigo hoje, e acho que deixei a porta aberta lá. Se eu sair do Sport um dia, espero que aconteça a mesma coisa e acredito que no dia que eu voltar no Botafogo serei muito bem recebido. Recebo muitas mensagens e as vezes são torcedores do Botafogo pedindo para eu voltar e isso é legal. Quem sabe um dia eu retorne. É um clube que é muito importante na minha carreira.

Jair Ventura

A gente criou uma amizade gigantesca e é difícil, hoje em dia, um jogador fazer amizade com treinador e e Jair não só um treinador, mas um amigo pessoal. Ele foi um cara que me abraçou. Desde minha chegada no Botafogo, me ensinou muitas coisas. Foi um cara que me ajudou a amadurecer com jogador e como homem. No começo, eu tive alguns problemas com a parte tática, ele me ensinou a marcar, a me posicionar. No Grêmio eu tinha uma certa liberdade porque eu só entrava para atacar, dificilmente eu entrava para marcar e ele me ajudou muito nessa parte. Me colocou para jogar 62 partidas no ano. Foi o treinador que mais me colocou para jogar no futebol brasileiro. Quero agradecer ao Jair por tudo isso que tô vivendo hoje, que tem o dedo dele, ele foi muito especial na minha vida e vou lembrar dele para o resto de minha carreira.

Pai Guilherme - Pai Jair Ventura

Ele me ensinou muito dentro de campo e fora de campo eu ensinei para ele como que fazia. A gente foi pai em um período muito perto. A gente se falava bastante e ele sempre mantém contato comigo. A nossa relação é muito boa.

Filha Pietra

O papai que ensinou o "cazá cazá" para ela. Pietra é sensacional. Foi um presente de Deus na minha vida e no da minha esposa. É uma menina que tem nos ensinado muito. A única coisa que ela aprendeu comigo foi o "cazá cazá". O resto ela vem nos ensinando. Eu até coloquei no vídeo "Com 1 ano e nove meses cantando o cazá cazá". É muito inteligente. Tem uma outra música que ela tá quase pegando e eu vou postar. E tem outro (filho) chegando, o G.J., Guilherme Júnior, mês que vem vou ter mais um filho. É um casal que Deus me deu, mas chega que já tá bom demais.

O que muda na carreira e cabeça do jogador com a chegada de um filho

No meu caso, pareceu que eu entrei em outro mundo, em outro planeta ou tudo começou do zero. É uma coisa totalmente diferente quando se trata de um filho, ainda mais a Pietra que foi a minha primeira filha. É algo surreal. Deixei de viver para mim para viver para ela. Eu sou um cara vaidoso, mas quando era só eu e minha esposa, eu era muito mais. São esses mínimos detalhes que eu me preocupava e hoje estou mais sossegado quanto a isso e penso muito nela. As vezes eu chego estressado de algum treino ou viagem e quando eu vejo o sorriso no rosto dela, aquele abraço, aquele beijo, a gente esquece de todos os problemas e acho que ser pai é isso, algo muito gostoso e especial.

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