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Goleiro do Irã foi pastor de ovelhas e lavador de carros antes de brilhar na Copa

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 15/06/2018 às 15:41
Alireza Beiranvand teve que fugir de casa para realizar o sonho. Foto: AFP.
Alireza Beiranvand teve que fugir de casa para realizar o sonho. Foto: AFP.

Segurar o ataque marroquino foi o menor dos trabalhos do goleiro do Irã, Alireza Beiranvand. Nascido em Sarabias, Lorestan, Beiranvand vem de uma família nômade, que vivia onde houvesse pastagens para suas ovelhas. Como filho mais velho, o futuro jogador de futebol começou a trabalhar desde cedo. Entre uma e outra olhada nos animais, usava o tempo de sobra para jogar futebol. O outro 'jogo' dele e os amigos se chamava Dal Paran, que consistia em atirar pedras a longas distâncias.

Aos 12 anos, a família de Alireza fincou raízes em Sarabias, quando ele pôde treinar com um time local, mas nada a ver com goleiros. Na verdade, ele queria ser a tortura deles: atacante. Uma contusão o tirou da linha e, para não ficar parado, foi para o gol. Gostou tanto que nunca mais saiu das traves. Mas o pai, Morteza, jamais conceberia ter um filho boleiro, até porque, para o Irã, futebol não é, exatamente, um meio de vida dos mais populares. "Meu pai não gostava de futebol e ele me pediu para trabalhar", disse o goleiro ao jornal britânico The Guardian. A negativa paterna chegou ao ponto de rasgar luvas e uniformes do filho, obrigando-o a jogar com as mãos 'nuas'.

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A única alternativa de realizar o sonho seria longe da família. E ele fugiu para a capital, Teerã. No mesmo ônibus em que dava novo rumo à vida conheceu um treinador de futebol, Hossein Feiz. Mas ele só deixaria o garoto treinar em troca de um valor equivalente a R$ 17 mil. Ele não tinha, sequer, lugar para dormir. Ficava na rua, em torno da Torre Azadi.

Sem outra alternativa foi dormir na porta do clube que defendia. Confundido com um mendigo, acordou rodedo de moedas, suficiente para tomar um bom café da manhã. Para se sustentar na casa de Feiz, que, procurado, sensibilizou-se e permitiu que ele treinasse de graça, arrumou diversos tipos de trabalho, como lavador de carro. O emprego seguinte foi numa pizzaria. Certa noite, deu de cara com seu treinador e precisou esconder-se para não ser descoberto. Com medo de que não houvesse como escapar em outra oportunidade, pediu demissão.

O terceiro emprego foi de faxineiro. Mas esse o desgastava em demasia. Terminou demitido do Naft e foi para o Homa. Uma ligação do técnico sub-23 do antigo time, foi recontratado e, finalmente, não precisou mais de um 'segundo tempo' para se sustentar. Logo foi convocado para a seleção sub-23 do Irã e titular absoluto do Naft. Seu ponto forte era atirar a bola com as mãos mais longe do que qualquer outro goleiro, resultado dos anos brincando de dal paran (lembra da história de atirar pedras longe?). Chegou a atingir a incrível distância de 70 metros num 'munhecaço'.

Desde 2015 é titular absoluto do gol iraniano e foi fundamental para a classificação para a Copa da Rússia. "“Eu sofri muitas dificuldades para realizar meus sonhos, mas não tenho intenção de esquecê-los porque eles fizeram eu sou a pessoa que sou agora", arrematou.

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