Não interessa quem vai passar para a próxima fase do Pernambucano. Seja Sport ou Santa Cruz o vencedor, que o Clássico das Multidões desta quarta-feira, na Ilha do Retiro, seja marcado pela paz e pelo protagonismo apenas dentro de campo. Cenas como a da última quarta-feira, quando vários torcedores corais ficaram feridos, precisam ficar definitivamente no passado.
Isso não significa que temos que esquecer o fato e passar uma borracha. Até por respeito a quem sofreu com o tumulto nas arquibancadas, é preciso tirar lições do ocorrido para atender melhor o torcedor. Não será do dia para a noite, lógico, nem de uma uma semana para a outra. Mas é preciso lembrar sempre que uma tragédia poderia ter ocorrido na Ilha do Retiro na semana passada.
Somente a partir desse sentimento é que podemos traçar melhores estratégias para tornar nossas praças esportivas mais seguras. Torcedor, em sua maioria, não é bandido e quer ir ao estádio. Só que para isso precisa ser bem recebido, seja onde for e por quem for. Sem isso, continuaremos a ver os públicos das nossas competições definharem pouco a pouco. O Pernambucano é o melhor exemplo disso. Para se ter uma ideia, somando os três grandes, não chegamos a 100 mil torcedores ainda. Algo vergonhoso para um Estado que se orgulha tanto de suas torcidas. Demonstra bem como estamos afastando a torcida dos estádios.
O uso da primeira pessoal do plural aqui é para destacar que, apesar do problema da violência no futebol ter responsáveis para coibi-la, o papel de acabar de vez com a violência passa pela sociedade como um todo. Até o menor papel é importante nesse processo. Então, vamos todos fazer nossa parte para que ao menos tenhamos um clássico sem tanto turbulência como na semana passada. Já seria um avanço.