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O adeus de Grafite é mais um passo para o fim do autêntico camisa 9

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 22/01/2018 às 15:04
Gols foram maiores que tristezas no Arruda. Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Gols foram maiores que tristezas no Arruda. Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Por Wladmir Paulino

@Wladmir_Paulino

Mais do que um artilheiro e um profissional dos mais corretos que já passaram pelo futebol de Pernambuco nos últimos tempos, a aposentadoria de Grafite simboliza o adeus de um tipo de jogador que, a cada ano, vemos menos no futebol: o camisa 9. Claro, a função de atacante centralizado ainda deve perdurar por muito tempo. O que se discute aqui é aquele nove clássico, grandalhão, mais ou menos habilidoso, mas com um faro de gol infalível. Além dele, temos outros dois excelentes representantes de tal estirpe: Ricardo Oliveira, agora no Atlético Mineiro; e Fred, no rival Cruzeiro. São jogadores que trombam com os zagueiros, puxam, empurram, incomodam. São cantados em verso e prosa pelas torcidas e levam terror aos adversários.

Mas a cada dia, menos deles estão em campo. Na verdade, é uma característica de jogador ainda muito forte no Brasil. Na Europa, poucos ainda têm vez, como o francês Benzema, no Real Madrid e o polonês Lewandowski, do Bayern de Munique. Os uruguaios Edison Cavani e Luís Suárez são mais móveis, aparecem constantemente nos lados do campo para abrir espaços para os companheiros das linhas de trás.

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A tradição da qual Grafite é - agora podemos dizer foi - um dos maiores expoentes vem lá do início do século XX com Arthur Friendreich. Típido centroavante raçudo, ganhou o apelido de El Tigre na conquista do primeiro título da seleção brasileira, o Campeonato Sul-Americano de 1919. Leônidas da Silva, o Diamante Negro; foi o segundo.

Pernambuco sempre foi um celeiro dos camisas nove. Talvez a primeira grande estrela tenha sido Humberto de Azevedo Viana, Tará para a torcida do Santa Cruz. Ícone do primeiro título coral, em 1931 - repetiria a dose nos dois anos subsequentes - é o maior artilheiro do clube, com 207 gols. Traçaia seria o equivalente para o Sport, que com seus 201 gols também é o maior goleador vermelho e preto.

No Náutico, o caso mais clássico é o de Bizu, apelido de Cláudio Tavares Gonçalves. Ele mesmo já admitiu que não tinha muita técnica e limitava seu espaço ao vaivem entre uma ponta e outra da área. Mas com uma excelente colocação dificilmente perderia alguma oportunidade. Seu mais recente discípulo, Kuki, já tinha uma característica mais 'moderna', circulando por todo campo e procurando jogar sempre de frente para os marcadores.

SELEÇÃO

Nos últimos 40 anos, a seleção brasileira foi dominada por três camisas 9 da melhor safra: Careca, Romário e Ronaldo. Embora o Baixinho usasse a 11 jogava na posição, mas usava sua baixa estatura para a posição para se fingir de morto e arrancar em velocidade com dribles desconcertantes. Antes deles, o reinado dos gols atendia pelo nome de Reinaldo, maior jogador da história do Atlético Mineiro.

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