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Sport e prática esportiva são coisas de freira? Sim!

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 08/10/2017 às 9:18
Luisimar Marques/JC Imagem
Luisimar Marques/JC Imagem

Por Leonardo Vasconcelos, do Jornal do Commercio - Dizem que futebol e religião não se discute. E quando essas duas paixões, em vez de dividir, unem, aí é que não há conflito mesmo. Apenas uma santa comunhão. Este é o testemunho da freira Maria do Socorro Freire de Souza, conhecida como Irmã Socorro, do Colégio Damas, que, além de esportes, também é apaixonada pelo Sport. Do alto dos seus 70 anos, a religiosa já praticou vôlei, futebol, dança, natação, corrida e caminhada e ainda faz muitas desses modalidades. Esbanjando saúde, energia e alegria é um exemplo de vida - material e espiritualmente falando.

Data de nascimento? “Meu filho, eu nasci no Dia do Frevo, nove de fevereiro, já vim ao mundo pulando, em festa”, assim respondeu a freira com sorriso aberto tal qual sombrinha e olhos azuis claros brilhando como lantejoulas. A festa em questão foi em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Pernambucana. A pacata cidade, onde nasceu, viria a conhecer uma habitante não tão pacata assim. “Sempre fui muito ativa, gostava de fazer um monte de coisa ao mesmo tempo. Na escola canalizei essa energia toda para os esportes”, explicou irmã Socorro.

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As modalidades escolhidas foram comuns, já as posições. “No futebol, eu só queria ser a goleira. Meu negócio era fazer com que meu time não levasse gol. Lá na frente elas tinham que fazer porque lá atrás eu procurava fechar a barra. Já no vôlei eu era a levantadora. Como nunca fui alta, compensava no passe pras minhas amigas. E tinha bom saque viu?! Quando eu ia sacar e mirava uma adversária não tinha jeito: era bomba direto nela”, recorda, entre risos. A energia extra também era gasta com dança e não só as “soltas” como o frevo. “Tem coisa melhor do que dançar um forró agarradinho? Era daquelas que só ia embora quando já estavam limpando o salão”, brincou.

Sim, mas e a paixão pelo Sport como começou? Irmã Socorro diz que ela não veio “de berço”. O pai e os irmãos eram todos alvirrubros. Mas na árvore genealógica da família tinha os primos rubro-negros. “Comecei a gostar por conta do animal, sou fascinada pelo leão. Depois me encantei pelo time. Sou rubro-negra de coração, mas doente não! Sou sadia porque torcer faz muito bem”, garante a freira.

O enredo da história da jovem elétrica rubro-negra mudou a partir de uma pescaria, como ela mesma gosta de classificar. A então moça de 19 anos, que já tinha emprego e noivo, largou tudo após ser fisgada. “Eu aceitei convite para um encontro religioso de jovens em Itamaracá. Lá a palavra do evangelho foi de que Jesus mandou jogar a rede para pegar os peixes. Eu estava na praia e fui pescada por Ele. Encontrei resposta para a inquietação que sentia. Daí não tive dúvida, pedi demissão do emprego, acabei o noivado e fui ser feliz como sou até hoje”, contou a irmã.

Felicidade completada pela harmonia em saber unir o amor pela religião, esportes e Sport. “Não é porque me tornei freira que deixei de torcer ou praticar atividade física. Pelo contrário, os esportes só fazem bem à saúde”, disse e parou para dar uma risada ao lembrar de quando o colégio ganhou piscinas. Afoita como ela só, já foi para a inauguração “preparada”. “No final fui perguntar à madre se freiras também poderiam nadar e ela disse que sim. Não tive dúvida. Na mesma hora, tirei o hábito no meio de todos e como já estava de maiô por baixo me joguei na piscina. Fui eu que inaugurei, a água estava uma delícia”, rememorou.

Atualmente a freira faz caminhadas todos os dias. E “pra variar” ainda se sente inquieta. “Eu ando uns cinco quilômetros e faço em média cada quilômetro em oito minutos. Até que me sinto satisfeita com esse tempo, mas não vou negar, acho que posso baixar mais um pouquinho”, disse a irmã do alto seus 70 anos com fôlego de menina que mira mais um desafio.

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