Por meio do seu site oficial, o Ceará emitiu nota de repúdio contra a atuação da polícia de Pernambuco no jogo contra o Santa Cruz, na última terça-feira, no Arruda. Na ocasião, houve um confronto entre os torcedores cearenses e a PM, que usou spray de pimenta durante o ocorrido. O clube alvinegro, contudo, avaliou tal atitude como brutal e sem sentido, alegando que a torcida cearense não fez apologia à violência durante o jogo.
Na nota, o Ceará ainda acusa a PM de abuso de poder e de espancar os torcedores do clube. Segundo o texto, os alvinegros foram desrespeitados.
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Apesar da nota de protesto, o clube destacou que não é contra a polícia de Pernambuco, mas que reprova a atitude do jogo de terça. Confira abaixo a nota oficial:
O Ceará Sporting Club, por meio de sua Diretoria Executiva e Conselho Deliberativo, manifesta veementemente seu total repúdio aos atos de violência e covardia praticados por policiais militares contra os torcedores alvinegros presentes no Estádio do Arruda, na última terça-feira, 26/09, no jogo entre Santa Cruz x Ceará.
Em determinado momento do jogo, já presentes no estádio, a torcida tentou entoar um cântico em apoio ao clube sem nenhuma apologia à violência, mas foram interrompidos de imediato por policiais que exigiram total silêncio por parte dos torcedores do Ceará. Não satisfeitos, confiscaram todos os instrumentos das torcidas e ordenaram que todos permanecessem calados, coibindo qualquer manifestação dos alvinegros em cantar e/ou comemorar nas dependências do Arruda.
No intuito de impor suas regras inadequadas e injustas, policiais foram de encontro aos torcedores com golpes de cassetetes e spray de pimenta, mostrando total despreparo e desrespeito com todos os visitantes presentes, sem ter o minímo cuidado com crianças, mulheres e idosos, que também estavam ali apenas para acompanhar uma partida de futebol.
Humilhação, abuso de poder, espancamentos, objetos particulares tomados e danificados. Nem mesmo mulheres passaram despercebidas pelo total desrespeito dos policias, sendo golpeadas também. Não bastasse isso, nossas torcedoras tiveram seus materiais revirados e jogados no lixo.
Dentro de campo, o Vozão fazia bonito e por pouco não saiu com a vitória, mas fora dele, na arquibancada, só restaram a brutalidade e selvageria dos policiais militares para com os torcedores alvinegros.
Salientamos que o repúdio não se refere a toda a corporação militar pernambucana, mas sim exclusivamente aos que estavam trabalhando no interior do Estádio do Arruda, na abordagem da torcida do Ceará.
Diante disso, o Ceará Sporting Club presta seu total apoio aos torcedores e manifesta sua indignação e repúdio com toda manifestação de violência gratuita praticada no Estádio do Arruda. Através do departamento jurídico do Ceará S.C, todo e qualquer ato de barbaridade será combatido pela instituição através de medidas judiciais.
O Blog do Torcedor também ouviu a Polícia Militar do Estado, que argumentou ter agido após gritos em apologia à violência proferidos pela torcida, algo proibido pelo Estatuto do Torcedor. A PM ainda pontuou que escoltou a torcida Cearamor com vários integrantes da Fanáutico infiltrados. Confira a resposta:
Em relação à nota de repúdio publicada no site do Ceará Sporting Club, a Polícia Militar informa que o texto foi escrito de forma parcial, ouvindo apenas um lado envolvido no episódio.
O Batalhão de Choque foi obrigado a intervir em uma situação onde integrantes da torcida do Ceará, em jogo contra o Santa Cruz, no Arruda, entoavam cânticos em apologia à violência, prática devidamente vedada pelo Estatuto do Torcedor. O material da charanga foi apreendido e três suspeitos conduzidos à Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva, procedimento padrão nesse tipo de caso.
O uso da força, nesses casos, se faz necessário e ocorre de forma proporcional à postura daqueles que estão no local com espírito de promover brigas e arruaças e serve para dar aos verdadeiros torcedores, que vão ao estádio apenas para torcer e incentivar suas equipes, a segurança necessária neste momento de lazer.
O comando do BPChoque, seus oficiais e praças rebatem veementemente acusações levianas e irresponsáveis feitas ao efetivo policial que participou da operação. Lembra que, inclusive, escoltou quatro ônibus da “torcida” Cearamor, em meio a vários integrantes da torcida Fanáutico, torcida esta que é impedida de entrar nos estádios pernambucanos por força de ordem judicial por contumaz conduta violenta. Ainda assim, em defesa da paz, foi dada a total proteção para que os visitantes pudessem voltar para seu Estado de origem sem que fossem registrados confrontos entre grupos rivais adversários.
Um fenômeno que se espalha por todo o País e que em nada contribui para o futebol brasileiro. Pelo contrário, afasta os verdadeiros apaixonados pelo espetáculo, uma característica do nosso povo que fez o Brasil ser chamado de “o País do futebol”.
