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Volta de Vadão para seleção só mostra o quanto a CBF não tem planos para o futebol feminino

Thiago Wagner
Thiago Wagner
Publicado em 25/09/2017 às 17:51
Treinador trabalhou na segunda divisão neste ano. Foto: Divulgação/Guarani
Treinador trabalhou na segunda divisão neste ano. Foto: Divulgação/Guarani

Não é preciso ser gênio para saber que a tarefa de trabalhar com futebol feminino no Brasil é dura por vários motivos, como falta de interesse dos clubes, federações e até mesmo por machismo. Nem mesmo a seleção brasileira feminina escapa a isso. A melhor prova é a volta do técnico Vadão para o comando da seleção menos de dez meses após se desligar do cargo e passar por Guarani, time masculino, e até ser cotado para a Ponte Preta. Apostar em Vadão para substituir Emily Lima só mostra o quanto a CBF não tem um planejamento para o futebol feminino.

Basta comparar com a seleção masculina, onde se tem o melhor treinador em atividade em times masculinos, que é Tite. Na teoria, isso deveria se repetir com a feminina. E não é questão de ser Emily Lima, mulher ou homem no comando. Mas se na teoria o cargo de técnico da seleção é algo máximo na carreira, que vá para alguém no auge e ambientado com a área.

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Vadão não é o caso disso, mesmo que já tenha tido bons resultados com a própria seleção. Mas se ele hoje não está na elite de técnicos ou técnicas do Brasil, passou na Série B com o Guarani em 2017, porque deve ser "premiado" com a seleção? O que o credencia para isso? Nem mesmo em um time feminino ele estava. Só voltou porque a CBF parece ser limitada nas suas escolhas. Não se deu nem ao trabalho de cogitar um técnica ou técnico de times femininos. Por que não algum profissional de Santos ou Corinthians, que foram finalistas do Brasileiro deste ano?

A resposta é porque a CBF não tem um plano para o futebol feminino. Coloca qualquer um no comando da seleção e mesmo quando aposta em uma técnica da área, a demite por conta de derrotas em amistosos, mesmo tendo começado bem. Não deixa de ser uma forma de machismo, afinal dificilmente isso ocorreria na seleção masculina. Debater isso é aprofundar a análise mais além, afinal não é só na seleção que mulheres e homens são tratados diferentes. O que ocorre no futebol é só mais um reflexo da sociedade.

Pena para o futebol feminino, que dificilmente vai engrenar desse jeito. Se Emily não agradava por uma série de motivos, que se buscasse outro profissional da área. Ao escolher Vadão, CBF deu alguns passos para trás no avanço da modalidade. Uma realidade bem triste.

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