Por Wladmir Paulino
@Wladmir_Paulino
Vanderlei Luxemburgo é um ser humano. E como tal, passível de erros assim como eu, você, Diego Souza, Rithely e Samuel Xavier. Só que as duras críticas ao elenco após a goleada contra o Grêmio, sem dar nome aos bois, funcionou como um catalisador do sentimento da torcida. Ela se sentiu representada, pôs o técnico num pedestal e virou as costas para o melhor jogador do time. O esforço dos atletas voltou na derrota para o Avaí, numa tarde em que se houvesse um técnico do técnico, o alvo de uma metralhadora seria ele que, diga-se de passagem, também errou em Porto Alegre, porém em menor grau.
Neste domingo (10), começou pela escalação: insistiu em Wesley, um jogador claramente sem ritmo de jogo e que, até agora, pouco acrescentou em criatividade. Ao contrário, tornou o time mais lento, com muitos passes laterais e sem poder de decisão. Em tese, seria o formato ideal do técnico, que nunca escondeu sua predileção por um 4-4-2 tradicional, que daria uma flexibilidade. Coisa que não se viu.
Mapa de calor mostra que o Sport concentrou seu jogo no setor de meio. Foto: Reprodução/ Footstats.
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Nas substituições, novos equívocos. Para o lugar do contundido Everton Felipe, acionou Rogério, um jogador que tem facilidade em atuar com bola lançada, mas quando tem que dar as costas para o gol, diante de um adversário com muita gente no campo defensivo sempre mostrou enorme dificuldade. Depois colocou o jogador certo (Osvaldo) no lugar do errado (Patrick), deixando o meio de campo mais exposto. Completou o desmantelamento do meio quando tirou Samuel Xavier para colocar Bruno Xavier. "Bruno nos treinos tem um único lance para deixar o cara na cara do gol. É um jogador dinâmico e tem técnica boa de achar alguém".
Pode ser que Bruno tenha realmente tais características, mas fazer isso num meio de campo com um jogador a menos e tendo o adversário no mínimo oito jogadores atrás da linha da bola já é difícil para quem está há muito tempo imaginem para um atleta que fazia sua estreia e com o placar adverso.
Diante do Grêmio, ele já havia sacrificado o quinto jogador que mais desarma no Brasileirão (Patrick) para acionar Anselmo - que volta depois de uma longa recuperação de contusão -, e Wesley - estreante e que, naquele momento, não jogava há dois meses.
O conhecimento de futebol do técnico do Sport é incontestável, mas não o coloca no panteão dos intocáveis. O torcedor percebeu isso e questionou nas redes sociais. A diretoria, que confiou no técnico o time não só para o restante deste ano, mas também para 2018, também precisa mostrar que entende de futebol e questioná-lo dentro do profissionalismo. Ou corre o risco de ver declarações como a de um torcedor no Twitter "Entrega a chave do clube pra Luxa" ganharem mais eco.
