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Divergências políticas têm feito presidentes do Náutico renunciarem

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 03/09/2017 às 8:27
Foto: Fernando da Hora
Foto: Fernando da Hora

Por Filipe Farias

Do Jornal do Commercio

O verbo renunciar tem sido bastante conjugado no Náutico. Pena que não se trata de uma renúncia de vaidades ou de interesses que, de repente, não venham agradar e agregar a todos os alvirrubros. Muito pelo contrário. Justamente por não haver esse desprendimento de certas vaidades políticas dentro do clube, que nos últimos 20 anos, quatro presidentes renunciaram ao cargo. Uma média de um mandatário deixando a cadeira máxima do Executivo a cada cinco anos. Desses, três saíram pelo mesmo motivo: racha político.

O primeiro deles a entregar o cargo no meio do mandato foi Márcio Borba. Eleito para comandar o clube da Avenida Rosa e Silva no biênio 1996 e 1997, o então presidente não chegou a concluí-lo. “Em ano de eleição o acirramento político é muito grande. Se eu continuasse seria mais um grupo político que seria criado dentro do Náutico. Então, entreguei a gestão do clube na metade de 1997”, explicou Borba.

Questionado sobre a semelhança do ocorrido em sua gestão com o atual cenário político do Náutico, Márcio diz não enxergar semelhanças. “São cenários completamente diferentes. Os momentos são outros. Na minha época, a divergência política que existia era bem mais dura e intransigente do que hoje”, declarou.

Quando foi eleito para o biênio 2000 e 2001, Fred Oliveira tinha o grande desafio de tirar o Náutico da fila de títulos após a década perdida de 1990. A ideia para conseguir isso era através da junção do maior número possível de alvirrubros engajados no mesmo intuito - reerguer o clube.

“Eu sabia que a situação do Náutico estava muito ruim, sem plantel e quase sem orçamento, mas topei o desafio. Entrei para juntar todos e fazer com que cada um pudesse ajudar em um setor do clube. Mas o processo administrativo é um pouco complicado porque precisa de resultados imediatos e não estavam vindo. Perdi a reeleição para vereador do Recife em 2000, e ao final das eleições já estava desgastado. As pessoas que se comprometeram comigo já não colaboravam mais. Como entrei para juntar todos, eu não podia afastar ninguém. Por isso resolvi sair”, contou Fred.

Com relação à renúncia de Ivan Brondi – deixou a presidência alvirrubra na última semana por sofrer ameaças e não compactuar com as divisões políticas dentro do Náutico –, Oliveira fez duras críticas aos envolvidos que contribuíram para a saída do ex-campeão do Hexa. “Ivan foi boicotado o tempo todo por esse Conselho Deliberativo, que é o câncer do Náutico. Querem administrar o clube, mas não têm coragem de botarem a cara, só ficam por trás fazendo confusão. O papel do conselho é ajudar e contribuir. No dia que fizerem o papel deles e deixarem o presidente trabalhar, o Náutico vai andar”, disparou Fred Oliveira.

Procurado pela reportagem do Jornal do Commercio, o Conselho, através de sua assessoria, informou que não irá comentar a opinião pessoal do ex-presidente e ratifica que todas as ações do Conselho Deliberativo do Náutico são guiadas pelo Estatuto do CNC.

Exceção

Dos quatro presidentes que renunciaram à presidência do Náutico nos 116 anos de história, o único que abandou o cargo sem ser por motivo de brigas internas dentro do próprio clube foi Marcos Freitas. Após assumir o comando do Executivo alvirrubro, Freitas ficou na função por pouco mais quatro meses, quando pediu afastamento por motivos de saúde.

Como não apresentou melhora durante todo o ano de 2015, em dezembro, o então presidente encaminhou uma carta-renúncia ao Conselho Deliberativo do Náutico e deixou o clube.

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