As questões biológicas que diferenciam homens e mulheres e podem ser passíveis de discussão para a modificação na modalidade feminina são especialidade de Eduardo Rodrigues, fisiologista do futebol feminino e da base do Sport. De acordo com o profissional, a principal diferença entre as categorias consiste na força. Tudo por questões hormonais. O homem produz até dez vezes mais testosterona, responsável pela produção de massa muscular e diretamente ligada à velocidade e agilidade do atleta.
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Outro ponto é o consumo de VO2, que mede a capacidade do corpo de transportar e metabolizar oxigênio durante um exercício físico e acelera a produção de energia. O fisiologista explica que enquanto um atleta homem estiver correndo a 50% do seu VO2 máximo, a atleta mulher estará utilizando 70% do seu.
A recuperação também pode ser citada. Uma jogadora precisa de entre dois a dez segundos a mais para se recompor após um estímulo de velocidade, por exemplo. O corpo feminino tem mais gordura para a produção hormonal e regulação do organismo. Esse fator influencia também os problemas físicos.
“Elas jogam mais juntas, tornando um esporte de mais contato e fazendo com que homens precisem de mais ações de alta intensidade durante uma partida de 90 minutos. No feminino, então, acabam acontecendo mais faltas, lesões, porque o que protege a articulação é músculo. A mulher tem uma quantidade menor de músculo, deixando articulações mais vulneráveis. Quando tem muito choque, o número de lesões é maior”, explicou Eduardo Rodrigues, remetendo às questões hormonais.
No fim das contas, a modalidade praticada por elas acontece de modo que as atletas tenham capacidade de desenvolver em campo. “A mulher tem força, sim, tem intensidade também. Entre os dois a diferença é muito grande, por causa do fator hormonal. Mas isso não impede que a mulher jogue”, pontuou o fisiologista.