Blog do Torcedor - Campeonato Paulista, Carioca, Copa do Nordeste, Libertadores e Champions League ao vivo, com notícias de Flamengo, Palmeiras, PSG e outros clubes
Torcedor

Notícias de Flamengo, Palmeiras, Corinthians, PSG, Real Madrid e outros clubes ao vivo. Acompanhe aqui o Campeonato Paulista, Carioca, Libertadores e a Champions League

Opinião: Santa Cruz ganha um atacante e um benemérito

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 14/08/2017 às 16:51
Foto: JC Imagem.
Foto: JC Imagem.

Se Grafite consta em alguma lista dos cinco ou dez maiores jogadores do Santa Cruz em todos os tempos é algo que pode ser questionado - pela presença ou ausência. Mas o dia 14 de agosto de 2017 tem que ser lembrado não como a volta de um atleta profissional, mas sim de um dos maiores beneméritos da história recente do Mais Querido. O que ele vai fazer pelo Santa Cruz a partir de agora é algo só comparável ao que milhares de tricolores fizeram em 1965: suaram a camisa para erguer o clube por amor. A comparação não é literal mas se aproxima muito disso. Ele vai receber salário, mas num patamar bem inferior ao que está acostumado, além de retirar uma ação da Justiça do Trabalho.

Grafite é um jogador de futebol acima da média, assimo como Edinaldo Batista Libânio também é um cidadão acima da média. Se o torcedor precisa de um exemplo dentro e fora de campo ganhou com seu camisa 23. Grafite é benquisto por onde passou. Os adversários o respeitam e têm o respeito dele. Talvez a maior prova de sua grandeza tenha sido justamente na casa de seu maior rival.

A sede do Sport foi o local da última homenagem ao meia Cléber Santana, uma das 71 vítimas do voo da Chapecoense, em novembro do ano passado. Amigo de Cléber, não pensou duas vezes em dar seu adeus e conforto à família. Não foi provocado, não provocou. Os rubro-negros puxaram o grito de guerra do clube. Ele respeitou o momento, ouvindo respeitosamente e sem tomar parte, respeitando, ainda mais, a camisa que vestia.

Leia mais:

Grafite espera encerrar carreira no fim do ano no Santa Cruz

Grafite e Santa Cruz são destaques na imprensa da Europa

Confira o programa Futebol Na Rede desta segunda-feira

Até quando deixou o Santa no fim de 2016 usou a porta da frente. Todos sabiam o motivo, ele deixou claro. Mas o fez com empatia. Ele sabia que o salário não saía por inúmeros problemas que ainda atolam o Tricolor em dívidas. Quando houve o mínimo de possibilidade de voltar, não se fez de rogado. Perdoou como um pai perdoa as faltas de um filho.

Sua contratação era fechada ao mesmo tempo em que torcedores invadiam o clube e quebravam coisas. Quer ironia maior? Enquanto quem declara amor ao clube aos quatro ventos dilapida o patrimônio, o profissional, que não raro é apontado como mercenário, abre mão de seu próprio patrimônio - ou parte dele - para defender aquele mesmo clube enxovalhado por seus seguidores mais fiéis.

Se essa quarta, e possivelmente derradeira, vinda de Grafite será bem sucedida, é impossível dizer. Mas, aconteça o que acontecer, o Santa Cruz ganhou um atacante, um torcedor e um exemplo para seus atletas e seus torcedores.

VEJA MAIS CONTEÚDO

Últimas notícias