Por Davi Saboya, da editoria de esportes do Jornal do Commercio - Sport e Santa Cruz têm dois profissionais com planejamentos e histórias parecidas. Ambos ocupam o mesmo cargo nos respectivos times e estão em busca de mais conhecimento para subir de patamar na carreira. Deixar o cargo de auxiliar técnico e virar treinador. Do lado rubro-negro, Daniel Paulista. Pelo tricolor, Adriano Teixeira. Os dois já tiveram a oportunidade de comandar o Leão e a Cobra Coral, mas hoje não estão mais na beira do gramado. Pelo menos como figura principal. Ambos são auxiliares. Um passo para trás, mas que pode significar dois para frente no futuro.
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Ambos viveram uma situação parecida no ano passado, durante o Campeonato Brasileiro. Daniel assumiu o Sport após a saída de Oswaldo de Oliveira para o Corinthians. Adriano virou treinador do Santa após a queda de Doriva. Coube ao leonino a responsabilidade de livrar o rebaixamento do Sport para Segunda Divisão do Brasileiro. Tarefa que foi cumprida com sucesso e resultou na efetivação no início desta temporada. No entanto, o rendimento do time não foi o ideal, na visão dos dirigentes, e após 18 jogos, ele foi tirado do cargo e voltou a ser auxiliar técnico do clube. “Foi uma experiência muito importante na minha carreira. Vivi uma experiência altamente intensa, de muita cobrança e de muito aprendizado. A opção de dar um passo para trás foi para adquirir mais conhecimento com profissionais de uma qualidade enorme, como estou tendo atualmente com Vanderlei (Luxemburgo). Para no futuro poder voltar ainda mais capacitado para a função de treinador. Não sei se no Sport ou em outro clube”, afirmou auxiliar técnico do Sport.
Ao lado de Vanderlei Luxemburgo, no Sport, Daniel Paulista revelou que está tendo a oportunidade de aprender com o treinador rubro-negro as experiências adquiridas por ele ao longo da carreira. Entre elas, dirigir o Real Madrid, a seleção brasileira e a conquista da tríplice coroa pelo Cruzeiro em 2003. “O que ele (Vanderlei Luxemburgo) alcançou, na minha opinião, ninguém conseguiu. São muitas experiências e relacionamentos onde é necessário uma tomada de decisão muito rápida”, disse Daniel, que quando era jogador teve um curto contato com Luxemburgo no Santos em 2004.
Adriano Teixeira também assumiu o Santa na Série A ano passado, mas a situação do time na classificação era muito complicada e o rebaixamento foi inevitável. Vinícius Eutrópio foi contratado no começo deste ano. Adriano voltou a ser auxiliar. Já na Série B, Eutrópio foi demitido. Adriano reassumiu o comando técnico, o que pode se entender até que foi um período de avaliação da diretoria. Ele permaneceu durante cinco jogos no comando da equipe coral. Porém, mesmo tendo enfrentado uma sequência difícil, o desempenho não foi aprovado. “Estou numa fase de aprendizado. Certo que evolui bastante desde a minha chegada e até hoje procuro sempre melhorar. Sabemos que a paciência em relação a quem é da casa é curta, mais difícil. Estou evoluindo sempre. Tive a oportunidade de treinar o Santa Cruz nas Série A e B”, declarou o auxiliar, que já tinha tido uma experiência curta como técnico do Santa em 2007, quando ainda era zagueiro e acumulou as funções nas últimas rodadas da Segundona.
Atualmente, Adriano é o braço direito do técnico Givanildo Oliveira. Uma chance de conhecer e aprender com um dos treinadores mais renomados do futebol brasileiro, que ele tinha convivido apenas quando era jogador. “Mudou bastante. As coisas evoluíram e ele (Givanildo Oliveira) foi junto. Está se aprimorando a cada ano”, acrescentou Teixeira.
LEVI SEMPRE PRONTO PARA AJUDAR
Aos 56 anos, Levi Gomes tem mais experiência como auxiliar técnico que os dois profissionais que ocupam o cargo no Sport (Daniel Paulista) e Santa Cruz (Adriano Teixeira). Sendo a maior parte do período no Náutico, mas com passagem pelos rivais. Mesmo estando no cargo há um longo tempo, o alvirrubro planeja assumir o comando de uma equipe. Inclusive, o próprio Timbu. “Penso sim em comandar o Náutico. Um dia vai chegar. Não sei a hora ou o momento. Tudo tem o seu momento e a hora certa. Estou bem preparado para ser treinador. Como funcionário do clube, sempre farei sempre o melhor para cada treinador ter sucesso. Tenho muita calma e se acontecer estarei pronto”, afirmou.
Ex-jogador, Levi Gomes se aposentou no início da década de 1990 e logo assumiu a função de auxiliar técnico no Náutico. Tendo até chegado a dirigir a equipe profissional em 1996. Foi quando deixou o cargo e passou pelo comando de outros clubes. Entre eles, Porto, Central Campinense, Treze, Confiança e Sergipe. Retornando ao alvirrubro em 2011. “Sou um profissional que procuro me atualizar sempre no que está acontecendo no futebol. Estudo bastante os adversários e os jogadores. No futebol, a bola gira muito rápido. Estou em clube grande e satisfeito aqui”, destacou.
Nos últimos anos, o Náutico tem vivido uma rotatividade grande de técnicos. O que faz com que Levi Gomes tenha um papel fundamental no time. Apenas neste ano, o Timbu está no 5º treinador (Roberto Fernandes). Em três oportunidades (Belo Jardim, Boa Esporte e Vila Nova), precisou fazer a transição entre os comandantes e obteve duas vitórias e uma derrota. “Pegamos sempre em momentos ruins, mas no geral foi um bom aproveitamento”, finalizou. <CF297>(D.S.)
