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Árbitro de vídeo, um caminho sem volta

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 09/07/2017 às 13:12
Cornélio de Barros e Ilha do Retiro receberam os primeiros jogos com VAR no Brasil. Foto: Rádio Jornal.
Cornélio de Barros e Ilha do Retiro receberam os primeiros jogos com VAR no Brasil. Foto: Rádio Jornal.

LEONARDO VASCONCELOS, do Jornal do Commercio

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Um retângulo desenhado no ar. Assim Pernambuco entrou para a história. O gesto feito pelo árbitro José Woshington, na Ilha do Retiro, no dia 7 de maio e repetido no dia 28 de junho, por Wilton Pereira Sampaio, no Cornélio de Barros, foi um marco para o futebol brasileiro. As duas partidas decisivas do Campeonato Pernambucano tiveram pela primeira vez a experiência do árbitro de vídeo no país. O Sport foi campeão em campo, mas o Tribunal de Justiça Desportiva de Pernambuco -TJD determinou que a Federação não homologasse o título do Leão, acatando uma ação do goleiro Luciano, do Salgueiro, que contestou a anulação de um gol dos sertanejos. Por tabela, o fato só fez aumentar a polêmica e a discussão em torno do uso da tecnologia.

Até a Copa das Confederações encerrada há exatamente uma semana na Rússia não ficou imune as críticas quanto à utilização do recurso (veja abaixo). Voltando ao primeiro jogo da decisão do Estadual, o juiz recorreu ao vídeo para assinalar pênalti a favor do Salgueiro. No segundo veio justamente a anulação do gol do Carcará. Em ambos houve demora para a decisão da arbitragem de vídeo. Lances exaustivamente repetidos. Igualmente discutidos. Surpreendentemente ainda inconclusivos.

A razão vai para além das telas e se projeta em quem as vê. O tal componente humano. Que sempre vai existir e, inclusive, dá a palavra final. Todavia para o presidente da Escola Nacional de Árbitros e autor do projeto de árbitro de vídeo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Manoel Serapião Filho, que inclusive esteve presente acompanhando os dois jogos, o experimento representou um marco. E positivo.

Procurado pela reportagem do JC, o ex-árbitro fez uma análise mais profunda da experiência no Estado. “Foi um grande passo na história do futebol dado em Pernambuco. Trata-se de um caminho sem volta. O árbitro de vídeo já é uma realidade e é inevitável o seu uso. Do ponto de vista experimental, considero os testes extremamente positivos. Deixa-se um legado e, ainda mais importante, um aprendizado”, afirmou Serapião.

O presidente da Escola Nacional de Árbitros foi franco ao comentar o que achou certo e errado nos lances polêmicos em que o vídeo foi solicitado. “No primeiro jogo, o lance da marcação do pênalti para mim foi interpretativo e, portanto, na minha concepção, não deveria ser objeto de análise pelo vídeo. Sem contar que houve uma demora muita grande para a decisão final. Não pode. No segundo jogo não. A saída de uma bola é um fato. Ou saiu ou não. Agora se não houve prova inequívoca disso tem que se respeitar a decisão dos árbitros em campo no momento do lance. E foi o que aconteceu”, comentou Serapião.

Sobre o futuro do recurso, ele enfatizou que antes da implementação definitiva são necessários mais testes. “Essa decisão cabe à CBF, mas acho necessário investir na formação técnica dos árbitros de vídeo”, finalizou Serapião.

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