Um relatório da administração sem o crivo da auditoria nem do conselho fiscal aliados a grandes números negativos traduzem o que o Náutico enfrentou nos últimos três dias, principalmente a quinta-feira (27), quando os jogadores decidiram não treinar por conta da ausência de explicações por parte da diretoria sobre os atrasos de salários. E por falar neles, os salários atrasados, o primeiro item do balanço, divulgado com o máximo de discrição no site oficial alvirrubro, explica o motivo do problema já no início da temporada. O Timbu encerrou o ano de 2016 com apenas R$ 83.008 no caixa.
Só para ter uma ideia do abismo. Essa mesma conta no final de 2015 apresentava um valor quase dez vezes maior: R$ 810.203. O fluxo de caixa detalha esses números mostrando quem mais leva recursos alvirrubros. Em 2016 foram as obrigações tributárias (R$ 29.272.190) e processos judiciais a pagar (R$ 2.041.871).
As movimentações de entrada e saída geraram um fluxo de caixa negativo de R$ 727.195. Isso signifca que o clube precisa de dinheiro vivo imediatamente, seja por venda de patrimônio - no caso de um clube de futebol, um atleta, por exemplo - ou ir ao mercado financeiro tomar empréstimos.
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Boas notícias
Mas nem tudo é notícia ruim. No passivo, que reúne as obrigações com terceiros, o clube conseguiu uma redução de R$ 114.345.471 para R$ 91.416.562, o que equivale a 25,08%. Na conta das receitas e despesas, houve uma queda de arrecadação em 2016 e aumento dos custos, ainda assim, houve uma diminuição do déficit do exercício de R$ 10.839.793 para R$ 4.608.166. A qeuda foi de 135,2%. Bastante significativa, mas ainda assim, redundou no maior déficit entre os três grandes clubes.
O que ajudou o Náutico a reduzir o prejuízo foram receitas financeiras da ordem de R$ 9.961.565 e mais R$ 847.683 classificados como 'outras receitas', o clube não detalha a origem.