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Opinião: Santa Cruz vive o dilema do contra-ataque

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 23/04/2017 às 2:13
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Por Wladmir Paulino, @Wladmir_Paulino - Julio Cesar chegou ao segundo jogo da semifinal do Pernambucano contra o Salgueiro com 511 minutos e mais de um mês sem levar gol. E mesmo tendo levado dois que acabaram com o sonho do tricampeonato, o grande problema do Santa Cruz não foi tomar gol. Foi ter desaprendido como fazê-lo. A retranca virou hábito. A bola parada uma dependência. E, levadas ao extremo, sucumbiram. Faltou aos atuais campeões pernambucanos justamente o equilíbrio entre defesa e ataque que seu algoz mostrou até o momento. A ânsia defensiva foi tão grande que a primeira reclamação do técnico foi a falta de marcação nos volantes do Salgueiro. Depois, a parca criatividade para o time sair da defesa para o ataque.

O passado mostra que o bom desempenho defensivo subiu à cabeça e engessou o time. Um 4-5-1 com linhas próximas e Anderson Salles na bola parada. Funcionou? Sim. Mas todo sistema de jogo tem um limite. Até o Barcelona e seu trio MSN precisam reinventar-se, quanto mais o Santa. Tudo começou na última rodada da primeira fase do Nordestão: 1x0 no Campinense com Salles marcando de pênalti.

Com o Sport, um magro 1x1. Gol de falta de Pereira. Podemos fazer a ressalva que o time não era o titular e nem os corais nem seu adversário estavam muito dispostos a fazer força. O duplo 1x0 com o Itabaiana deu mais uma falsa impressão: defesa forte e o zagueiro-artilheiro com o pé afiado dando a vitória. Nem mesmo a goleada sobre o Belo Jardim mostrou algo tão diferente: dois gols de bola parada. Contra o Salgueiro, outra vez: retranca e bola parada.

Ficou fácil enfrentar o Santa Cruz. É um time que deixa o adversário jogar mas não assusta porque não contra-ataca. Deixa o adversário confortável ao ponto de um atacante poder dar lugar a um zagueiro como fez o Salgueiro. E mesmo depois dos 2x0 o pouco de terreno que o Tricolor ganhou foi por recuo dos sertanejos, que não precisavam mais jogar. Ainda assim qual foi a melhor jogada? Uma falta cobrada por Anderson Salles apenas no último minuto.

A culpa é do técnico Vinícius Eutrópio? Também. Mas ele trabalha com o que tem. E com o que tem é isso que dá para fazer. Jogar no contra-ataque não é ruim. Grandes times conquistaram grandes competições assim. O melhor exemplo é o Santa Cruz de 2016. A diferença é a execução. Milton Mendes tinha com quem armar o contra-ataque: João Paulo. E tinha quem desse velocidade: Keno de um lado e Lelê do outro. Grafite era só a cereja no bolo.

O próprio Eutrópio já falou que precisa de jogadores que deem profundidade. Thomás ajuda muito na marcação, assim como Everton Santos. Mas na hora de sair para o jogo não conseguem. A questão não é ser bom ou ruim, é de CARACTERÍSTICA, algo que não se aprende, se nasce com ela e se aprimora. Os dois jogadores citados podem ser extremamente úteis com outras funções.

Difícil esperar um Santa diferente na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil. A forma atual de jogar ainda pode funcionar. É mata-mata e não tomar gol nesse tipo de decisão ainda conta muito. Mas na Série B as coisas vão ter que mudar.

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