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Opinião: Uma vitória do Sport e do Nordeste

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 19/04/2017 às 7:13
Foto: Anderson Freire/Sport Club do Recife.
Foto: Anderson Freire/Sport Club do Recife.

Por Wladmir Paulino, @Wladmir_Paulino - A pena máxima para um crime no Brasil é de 30 anos. E o Sport cumpriu essa pena por um crime que jamais cometeu. Aliás, foi vítima. Por ter desafiado gigantes. Ninguém menos que o clube de futebol mais popular do País, que não levantou a Taça das Bolinhas, não disputou a Libertadores do ano seguinte, perdeu instância após instância, ano após ano e ainda arrogava o direito de proclamar-se campeão.

Romperam-se os grilhões do desprezo de um País que limita a duas regiões na parte mais ao sul os holofotes, os elogios e, principalmente, o dinheiro. A vitória do Sport proclamada com o voto da ministra Rosa Weber tem um significado muito maior do que a exclusividade de uma conquista dentro de campo. É a vitória de quem é ironizado, você também pode substituir por discriminado, por falar oxente, por gostar de farinha e cuscuz. A vitória de quem é chamado de paraíba, de capiau, matuto ou retirante.

A vitória rubro-negra não é apenas de Ribamar, Robertinho, Estevam, Marco Antônio, do saudoso José Carlos Macaé ou dos guerreiros Homero Lacerda e Fred Oliveira. É a vitória de quem é visto como ignorante, incapaz, desprovido de força e inteligência para vencer na vida. Desde as primeiras batalhas nos tapetões Brasil afora o Sport não caminhou sozinho. As cores dessa vitória não são apenas vermelha e preta. É do barro rachado de um rio seco no sertão. É de quem convive com a maior seca dos últimos 80 anos.

Consigo, o Sport levantou a bandeira do Nordeste, do Norte. De um Brasil que, para muitos, não merecia sequer ser enquadrado como Brasil. Um Brasil tão excluído e distante que precisou de uma autarquia para que se diminuíssem a desigualdade. Desigualdade essa também representada pelo futebol. Só dois nordestinos foram campeões brasileiros, só três estão na primeira divisão, apenas dez ocuparam a presidência da República, três deles num contexto de golpes.

O time da Ilha venceu com um roteiro de fábula: usou o que o adversário mais tinha para vencer, uma turma composta por integrantes da mesma região e vizinhos do seu antagonista. Havia até um torcedor confesso de seu antagonista, que não ouviu o coração, mas a justiça.

Desfecho mais gritantemente legítimo, impossível.

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