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Opinião: Antes de vencer o Sport, Náutico precisa exorcizar seus fantasmas

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 18/04/2017 às 11:01
Foto: JC Imagem
Foto: JC Imagem

Os dois gols marcados na Ilha do Retiro poderiam ter um peso maior para o Náutico não fosse o regulamento do Pernambucano ser contrário a toda sorte de competições mundo afora que valorizam o gol na casa do adversário. Ainda assim, a derrota pela diferença mínima ameniza um pouco o trabalho dos alvirrubros dentro de campo. Fora dele, por mais estranho que possa parecer, é que reside o problema. Antes de vencer o Sport, o Náutico precisa vencer seus próprios demônios. Gerados por outros, sejamos justos, porém residentes em cada canto de vestiário, em cada quarto do Centro de Treinamento Wilson Campos.

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Os de hoje pagam pelos erros do passado. Milton Cruz não comandava o time na derrota para o Oeste, João Ananias tinha apenas dois anos quando Célio marcou o gol da virada no Pernambucano de 1993. Mas ao vestirem a camisa vermelha e branca todos 'assumem' o jejum de 12 anos. Porque o jejum não é de fulano, beltrano ou sicrano. É do Clube Náutico Capibaribe.

É um jejum do torcedor que abriu 3x0 - com vaga para mais - na primeira decisão do Pernambucano de 2010 e inexplicavelmente deixou o rival marcar duas vezes, chutar praticamente uma bola na segunda partida e vencer por 1x0, tirando uma taça que se desenhava até fácil de ser conquistada. É um jejum do dirigente, talvez o principal vetor dessa pressão. Porque ele também sofre duplamente: por ser torcedor e por ser cobrado da torcida.

Não é questão de terapia, é de crença. É parar de olhar para trás. Cada vez que o Náutico toma um gol, uma nuvem de 12 anos aparece sobre as cabeças dos torcedores. Há quem não acredite, mas a sinergia entre uma torcida e seu time é extremamente forte. Quando ela silencia ou grita "De novo, não!" o jogador trava, não prende a bola no ataque, não dá o chutão ou esquece de acompanhar o atacante adversário entrando na área.

No início da temporada, o meia Marco Antônio, campeão pelo clube em 2004 já dizia com toda autoridade: "Não fomos responsáveis pelos 12 anos, mas a cada vez que vestimos essa camisa, somos responsáveis por tirar esse jejum. Sabemos que o torcedor está ferido por esse momento e podemos mudar essa história."

Sim. Marco Antônio e companhia têm capacidade de mudar o panorama. Milton Cruz já provou que sabe armar o time e Anselmo cheira a gol. Mas ninguém consegue o suficiente para correr com 12 anos sobre os ombros.

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