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Dona do clássico, Deborah Cecília mostrou que suporta pressão

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 26/03/2017 às 20:10
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

Anos 10. Século XXI. Em plena era do “minha opinião, com todo respeito” e do “nem todo homem”, uma árbitra apitou um Clássico das Multidões. Há 25 anos uma mulher não conduzia um embate entre os grandes de Pernambuco. E neste domingo, 26 de março de 2017, Déborah Cecília, integrante do quadro internacional, com seu escudeto da Fifa à mostra, foi a dona do apito em um empate entre Sport e Santa Cruz na Ilha do Retiro pelo Campeonato Pernambucano.

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Ser mulher não torna Déborah perfeita naquilo que faz. Nunca foi isso que queríamos dizer quando fincamos pé ao defendê-la perante acusações machistas nas redes sociais. Para tais, houve quem tentasse ensinar. Vamos lá, não é difícil. Somos iguais. Gênero nunca definiu capacidade. É complicado relevar e deixar para lá tamanha ignorância. Se, com a projeção que tem, nossa árbitra Fifa sofre misoginia, o que dizer das mulheres anônimas que aguentam caladas sem tantos de nós para colaborar com espaço para a voz? Não dá para ignorar e, assim, vamos tentando educar. Ninguém disse que seria fácil.

Também não vamos negar espaço às críticas coerentes. Torcedores questionaram o quadro de arbitragem da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) como um todo. Citando partidas anteriores, todas comandadas por homens, já que, lembrando, desde Maria Edilene em um Clássico das Multidões em 1992, não era uma mulher a apitar a partida, os apaixonados por futebol mostravam sua inquietação.

Às dúvidas sobre sua capacidade física, uma apuração rápida responde. O Blog do Torcedor entrevistou Déborah em fevereiro. Na ocasião, a árbitra explicou: para apitar jogos masculinos é preciso passar no teste físico masculino.

Focando as avaliações no jogo deste domingo, na Ilha do Retiro, e é neste ponto que cabe analisar o trabalho da árbitra, percebemos Déborah Cecília firme em campo. Pode-se contestar a falta de um cartão ou outro. Mas, no geral, não houve comprometimento da partida sob sua condução.

Manteve o ritmo e aguentou excessos dos jogadores. Excessos para com ela. Tentaram intimidá-la. Sem sucesso. Querer iludir a arbitragem, infelizmente, é de praxe. Faziam escândalo por todo e qualquer lance. Os ânimos esquentavam por qualquer coisinha. E a árbitra, com toda sua imposição e paciência, ia separá-los sem perder sua postura. Só faltou cartão para os mais nervosos.

Déborah Cecília, 31 anos, árbitra Fifa concluiu seu primeiro clássico. Não fez uma arbitragem perfeita. E quem faz atualmente? Mas mostrou que mulher não só aguenta pressão como tem pulso.

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