O Náutico escreveu mais um capítulo de seu complicado início de 2017 ao contar a quarta derrota consecutiva em três competições diferentes. Agora, foi a vez do revés pela Copa do Brasil, por 1x0, diante do Guarani de Juazeiro (CE), no Romeirão. O prejuízo foi caro, pois custou a eliminação da Copa do Brasil quando poderia ter avançado com um simples empate. Os demais fiascos foram contra Salgueiro, Santa Cruz e Campinense. O Guarani vai enfrentar o Sampaio Corrêa na próxima fase.
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Sete minutos de agonia
Jogo no interior contra o um time sem muitas participações em competições nacionais é sinônimo de empolgação. E o Guarani não fugiu a essa regra impondo um ritmo alucinante no início da partida capitaneado pelo pequeno e quase onipresente Leílson. O camisa 7, artilheiro do campeonato cearense com oito gols, aparecia pelo lado esquerdo, lado direito e corredor central do ataque e até usando a cabeça assustou Tiago Cardoso. O Náutico teve dificuldade e afastava a bola na base do chutão, o que fazia a bola voltar mais rápido para o seu campo defensivo.
Marco Antônio acalma
A calmaria veio pelos pés de Marco Antônio. O camisa 10 alvirrubro recuou um pouco mais, ocupou a faixa de campo dos volantes e qualificou a saída de jogo o suficiente para o Náutico deixar a bola mais tempo em seu poder, algo extremamente importante para quem jogava pelo empate. Era tocar a bola e esperar o adversário dar uma brecha. Ela veio até cedo, aos 12 minutos. Marco fez um lançamento longo na marca do pênalti, onde Erick estava sozinho. Mas ele cabeceou por cima.
Faltou o passe final
A partida estava morna, do jeito que o Timbu precisava. Poderia ser melhor se aqueles tantos passes acertados no meio de campo se reptissem quando o time chegasse mais perto da área. E várias vezes, por precipitação ou deslocamento errado de alguém, o time pernambucano não ficou em condições de finalizar. Erick desperdiçou uma boa chance ao não perceber o deslocamento de Jefferson Nem. Alison recebeu livre pelo alto e preferiu ajeitar de cabeça para... ninguém que vinha de trás. E Jefferson Nem foi bloqueado por Da Silva na hora do chute. Nesse ínterim, o Guarani só levou perigo numa cabeçada de Ítalo, que Tiago Cardoso mandou para fora.
Fogo de novo
O roteiro em fast foward - efeito que consiste em acelerar o andamento de uma gravação - ou flashback, recuperar cenas de um tempo anterior, repetiu-se nos primeiros minutos do segundo tempo. O Guarani acelerou o jogo e, desta vez, escreveu um final feliz. Aos oito minutos, Talisson, que tem o jocoso apelido de 'calcinha' cruzou rasteiro da direita. Tiago Cardoso caiu certinho para defender mas soltou a bola nos pés de Ítalo. Ele só teve o trabalho de soltar a bomba.
Castelo de areia
Razoavelmente bem estruturado em quase todo primeiro tempo, bastou o gol adversário sair para provar que o Náutico de hoje é um castelo de areia. O gol de Ítalo desmoronou todo mundo. A defesa passou a demonstrar medo da bola dando chutões a torto e a direito - bem mais tortos que direitos, diga-se de passagem -, Marco Antônio não tomou conta da bola e Juninho, que entrara no lugar de Jefferson Nem, correu de um lado para o outro e errou a maioria dos passes de um lado para o outro.
Perdidos na noite
O fim de jogo foi melancólico com o comandante do castelo de areia derrubado, o técnico Dado Cavalcanti, contribuindo com a sua cota. A última substituição era a hora do tudo ou nada, mas ele preferiu trocar um lateral pelo outro. Giovanni, que não reclamou de nenhuma contusão, saiu para entrada de Manoel. A aposta decisiva foi mandar o zagueiro Ewerton Páscoa tentar o cabeceio em alguma boa rifada pelo alto. O time da casa só não ampliou porque Leílson quis resolver tudo sozinho em duas grandes oportunidades em contra-ataques.
Ficha do jogo:
Guarani: Fábio; Talisson (Luís Gustavo), Regineldo, Pedro Lucas e Zé Aquiraz; Da Silva, Dim, Adenilson, Ronda (Roberto Jacaré) e Leilson; Ítalo (Sadrak). Técnico: Washington Luís.
Náutico: Tiago Cardoso; Joazi, Tiago Alves, Éwerton Páscoa e Giovanni (Manoel); João Ananias, Rodrigo Souza (Cal Rodrigues) e Marco Antônio; Erick, Alison e Jefferson Nem (Juninho). Técnico: Dado Cavalcanti.
Copa do Brasil (primeira fase). Local: estádio Mauro Sampaio, em Juazeiro do Norte (CE). Árbitro: Antônio Dib Moraes de Sousa (PI) Assistentes: Mauro Cezar Evangelista de Sousa (PI) e Flávio Gomes Barroca (RN). Gol: Ítalo, aos oito do segundo tempo. Cartões amarelos: Ewerton Páscoa. Público: 3.037. Renda: R$ 31.430.
