Aos 37 anos, o veterano e experiente Grafite já se vê fazendo a transição de jogador para dirigente. Dentro do Santa Cruz, o atacante tem uma voz ativa, tanto em campo quanto internamente. O tricolor revelou que, no início da semana, se reuniu com o presidente coral Alírio Moraes para conversar sobre o planejamento de 2017 e analisar os erros e acertos de 2016 dentro do Santa Cruz.
Desde que voltou ao time, em 2015, Grafite exerce seu papel duplo, dentro de campo e no dia-a-dia do clube. "Sei das coisas que acontecem, não sei de tudo, mas fico por dentro. Muitos conversam comigo, pedem minha opinião. Espero que 2017 seja melhor para mim dentro de campo e eu possa estar nesse processo de transição", revelou. Ao fazer seu próprio balanço do ano, ele citou os mais de 50 jogos disputados, poucas lesões, mais de 20 gols e os títulos do Campeonato Pernambucano e da Copa do Nordeste. O atacante lamentou apenas a queda para a Série B no Brasileiro.
Mas, mesmo com aspirações a cargos administrativos, Grafite ainda quer jogar bastante antes de trocar a chuteira pelos planejamentos. "Não sei como vai ser 2018, mas 2017 termina o mandato do Alírio como presidente. Vamos esperar. Talvez eu chegue no final de 2017 igual ao Zé Roberto (do Palmeiras) esse ano, que falou que vai estender. Quero jogar enquanto estiver bem, mas a tendência é que 2017 esteja numa transição maior", ponderou.
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PASSADO E FUTURO
Quanto aos rumos do Santa no ano que vem, de acordo com Grafite, ainda não há uma definição sobre os jogadores que o clube deseja manter na próxima temporada, mas existe interesse, por parte dele e do Santa Cruz, em sua permanência. Porém, isso ainda não está confirmado, por causa das dificuldades financeiras, de montagem de elenco e a decisão sobre a efetivação ou não de Adriano Teixeira como técnico.
Avaliando a situação do clube este ano, Grafite afirmou a dificuldade em manter uma folha de mais de R$ 1 milhão com débitos antigos. "Não adianta nada entrar um cara como Alírio, de querer ajudar e estruturar o clube, enquanto tiver pessoas que passaram e outros que estão aí que não querem. Com a força que o Santa tem, como clube, o estádio, a torcida não merecia estar há 10 anos nas divisões inferiores, não mereciam passar o que passou no Brasileiro", analisou.
O atacante toma a Chapecoense como exemplo de gestão. "Ela está há três anos na Série A e esteve na Série D em 2009. Fomos lá no primeiro semestre. É um clube organizado, todo bem projetado, trabalhado. São modelos de gestões que tem que ser seguidos. O próprio Sport, clube que se estruturou e é força do futebol nordestino, pode servir de exemplo para nós também, para estruturar e trilhar o caminho do sucesso", pontuou o atacante.
