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Fisiologistas apostam na tecnologia como aliada para prevenir lesões

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 29/10/2016 às 14:00
Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife
Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

A tecnologia pode ainda não estar presente no futebol durante as partidas. Mas, na preparação das equipes, os equipamentos ganham cada vez mais espaço. Com o auxílio tecnológico, os profissionais dos Departamentos de Fisiologia de Santa Cruz, Náutico e Sport passaram a contar com importante aliado para prevenir as lesões dos atletas.

Os fisiologistas monitoram os atletas desde que chegam aos clubes. Analisadores bioquímicos, dinamômetro isocinético, FMS, GPS e termografia... Palavras que não fazem parte do vocabulário dos torcedores, mas que são cada vez mais presentes no dia a dia dos times profissionais.

Esse trabalho de prevenção feito pela fisiologia dos clubes rende bons frutos. O Trio de Ferro conseguiu “esvaziar” em 2016 os seus Departamentos Médicos por conta de lesões musculares. Os atuais “pacientes” são vítimas de outro tipo de problemas – o rubro-negro Gabriel Xavier sofreu um trauma no pé esquerdo, o alvirrubro Adalberto machucou uma vértebra da coluna e o coral Danny Moraes está com caxumba.

 

Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife - Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife
Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife - Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife
Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife - Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife
Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife - Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Para os fisiologistas Clóvis Calado, do Santa, e Inaldo Freire, do Sport, ambos há mais de 20 anos no futebol, o auxílio da tecnologia é o principal fator para a redução das lesões musculares. “Esses aparelhos dão a possibilidade de mensurar e fazer o trabalho justo para aquele momento”, enfatizou o tricolor.

O principal exemplo é a medição do CK (creatina quinase), através do analisador bioquímico. Exame utilizado pelos três clubes. “Só conseguimos vê-la quando o atleta faz um exercício muito extenuante. Cada um tem um índice e quando está triplicado, mostra muita ruptura ou cansaço muscular excessivo”, explicou o tricolor Clóvis Calado.

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No Náutico, a medição é aliada à termografia, equipamento de origem bélica. “Tiramos o perfil da carta térmica e identificamos pontos que fujam do padrão, dando um indicativo de desgaste nas áreas mais hiper-radiadas”, destacou o alvirrubro Cléber Queiroga.

A análise minuciosa também observa o desempenho físico em outros aspectos. O dinamômetro isocinético avalia força e desequilíbrio muscular, e o FMS percebe o desenvolvimento funcional do atleta.

O trabalho da fisiologia aliado à tecnologia eleva a quantidade de atletas em boas condições de jogo com idades mais altas. “Há 30 ou 40 anos, a vida útil de um atleta era até 30 anos e hoje isso sobe para 38, 40 anos. Se ele consegue jogar mais oito ou dez anos, sabemos que é em função da queda no número de lesões”, explicou Inaldo Freitas. Bons exemplos disso estão no futebol pernambucano, como o goleiro Magrão, 39 anos, e o zagueiro Durval, 36, do Sport; e o atacante Grafite, 37, e o lateral Léo Moura, 38, do Santa Cruz.

GPS: O ponto em comum do trio de Ferro

Cada vez mais popular, o sistema de posicionamento global (GPS, na sigla em inglês) é o principal ponto em comum nos Departamentos de Fisiologia dos clubes de futebol pernambucanos. O equipamento monitora individualmente os jogadores de Náutico, Santa Cruz e Sport, levantando dados que são, posteriormente, entregues às comissões técnicas.

Inicialmente, a ferramenta foi criada para uso militar, como tantas outras tecnologias do dia a dia. Com o passar dos anos, o sistema começou a ser utilizado também por civis. O uso no esporte auxilia na coleta de dados como a distância percorrida pelos atletas nos jogos e nos treinos, por exemplo.

No Santa Cruz, o fisiologista Clóvis Calado acopla o GPS a uma espécie de top usado pelos tricolores embaixo dos uniformes. “O aparelho fica ligado nas costas do atleta, pegando um sinal do satélite, com as informações que a gente tem no computador captadas em tempo real”, explicou.

Os equipamentos fazem controle marcando distância percorrida, aceleração do atleta, faixa de campo onde estão mais presentes nos treinos e nos jogos... “O GPS também é acoplado ao controle da frequência cardíaca, que monitora os batimentos durante o jogo”, explicou Inaldo Freire, fisiologista do Sport.

Com o sistema, os profissionais têm um relatório de como o atleta se empenha nas atividades e nas partidas. “Em todos os jogos fazemos essa análise das distâncias percorridas, sprints, deslocamentos e velocidades atingidas, média e máxima”, detalha Cléber Queiroga, fisiologista do Náutico.

Ele também pode cobrar mais do atleta com os dados recebidos na hora. “Se identificarmos que o jogador não está tendo o rendimento desejado, passamos para ele, para que o ajuste seja feito em tempo real. Vamos ter um treino melhor e ajustado individualmente para cada um”, complementou o fisiologista tricolor.

A prevenção de lesões é talvez o ponto mais importante no uso do equipamento na área esportiva. O GPS aponta os limites dos jogadores e as medidas dos exercícios prescritos para as atividades.

Assim, quando um atleta chega no nível desejado, ou ultrapassa o que foi “receitado” pelos fisiologistas, ele é retirado previamente do treino, para evitar também o cansaço e não prejudicar seu rendimento nos jogos.

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