Foto: Guga Matos/JC Imagem
Álvaro Filho, editor do Blog do Torcedor
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Jogador de futebol não abre jogo.
São treinados desde o "fraldinha" a valorizarem a vitória e abominar a derrota. Recebem como prêmio o afago do pai, que com a mão assanha o cabelo do filho ou, no caso contrário, são obrigados a andar pela casa arrastando o peso do fracasso de não ter sido merecedor do carinho paterno.
No futebol, não há espaço para quem perde.
Se o Sport perdeu para a Aparecidense não foi porque quis, porque fazia parte dos planos, porque tinha priorizado outra competição, porque estava com o time misto, porque tinha um interino no banco ou seja lá o porquê que se ande dizendo.
Perdeu porque foi pior que o adversário. Foi inferior que o adversário. E foi inferior nos dois jogos.
Arrumar uma desculpa, além de pegar mal, não ajuda em nada. Se quiser mudar alguma coisa, é preciso descer do pedestal e encarar a realidade.
A realidade de quem queria a Copa do Nordeste e perdeu para o CRB e o Campinense e não não conseguiu vencer o River do Piauí.
A realidade de quem ainda quer o Estadual e perdeu três vezes para o Salgueiro e, a cereja do bolo, também para o América, o velho Mequinha.
A realidade de quem perdeu na Copa do Brasil duas vezes para a Aparecidense, de Goiás, time que debutou na Copa do Brasil e não tem nem de perto um status do Goiás, Vila Nova e Atlético Goianiense, e até da Anapolina.
A torcida e alguns dirigentes podem andar por aí defendendo a tese de que o Sport quis perder ou de que a Copa do Brasil não era prioridade - colocando em dúvida inclusive o caráter de quem estava em campo - mas o novo treinador não pode repetir essa cantilena.
Precisa ter humildade para reconhecer os erros e limitações. Tapar o ouvido para as justificativas e pensar nas soluções.
Não engolir a corda das desculpas esfarrapadas.
Até para não ser enforcado por ela.