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Estante FC: Gustavo Kuerten dentro e fora das quadras

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 10/04/2016 às 9:12
Estante FC Guga FOTO:

Estante F.C.

Toda semana, um dos repórteres de Esportes do Blog do Torcedor, do Jornal do Commercio, da TV Jornal e da Rádio Jornal vai escrever sobre o último livro que leu ou ainda está lendo, envolvendo temas esportivos. Nesta semana, Diego Toscano escreve sobre o mito do saibro, Gustavo Kuerten.

Estante FC Guga

O mais legal  do livro "Guga, um brasileiro", de Luís Colombini, é que além dos detalhes de todas as campanhas do tenista no esporte, a obra foi editada de uma forma que segura o leitor pela alternância de capítulos. O livro começa já no jogo mais importante da sua vida, as quartas de final de Roland Garros, e vai se misturando com a história da família. Do adversário Kafelnikov ao irmão Gui, uma combinação que cativa a leitura.

Vindo de uma família que respirava o tênis, do pai Aldo, passando pela mãe Alice e chegando no irmão mais velho Rafa, Guga gostava mais de futebol de salão. Chegava até a faltar os treinos no saibro pela bola maior, e teve que escolher entre os dois esportes muito cedo. Foi pro tênis porque era o esporte que uniu a família. Ainda bem.

No início, as dificuldades eram muitas. Os pais sofriam para deixar Guga treinando, incluindo levar o filho nas competições e pagar transporte e hospedagem do próprio bolso. Num desses torneios, a maior derrota do garoto Gustavo Kuerten não foi nas quadras: o pai Aldo morreu apitando um jogo de campeonato, enquanto Guga ainda jogava em outra quadra.

A perda precoce gerou uma estabilidade financeira na família, e o tênis passou a ser um fardo muito difícil de suportar. A mãe Alice ia de porta em porta pedindo apoio e patrocínios, enquanto o filho treinava pela amizade e por favores. Foi neste cenário que surgiu Larri, o treinador com quem Guga passaria mais de 15 anos e ensinaria tudo para que o nosso monstro do saibro assombrasse o mundo.

Dono de 28 títulos na carreira, número 1 do mundo por 43 semanas e no Hall da Fama do tênis, Guga fez a história da sua vida em Roland Garros. Em 1997, era só o 66º do ranking quando assombrou o mundo ao bater os russos Medvedev e Kafelnikov. Ainda levou o título do sagrado saibro francês mais duas vezes (2000 e 2001). Conquistou também o Masters Cup (o atual ATP Finals, com os oito melhores do mundo) batendo André Agassi e Pete Sampras nas decisões, feito nunca alcançado por ninguém no tênis.

Mas, infelizmente para nós brasileiros, nossos grandes ídolos atuais param cedo. Assim como foi com Ayrton Senna, Guga acabou a carreira de forma precoce. E não por falta de tentativa. Com problemas na virilha (labrum), fez três cirurgias e tentou voltar a jogar de toda maneira. Perdeu a guerra contra o corpo e parou em 2008, com 31 anos.

Hoje, Guga cuida do Instituto Gustavo Kuerten, voltado para projetos sociais envolvendo o esporte. É casado com Mariana (aquela que o tênis não lhe deu), e tem dois filhos: Maria Augusta e Luiz Felipe. Nas lembranças, porém, ele nunca vai deixar de ser o nosso Guga: o tricampeão de Roland Garros que revolucionou o tênis brasileiro.

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