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"O Santa Cruz vai brigar para não cair", avalia Martelotte

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 24/03/2016 às 19:24
Foto: André Nery/JC Imagem
Foto: André Nery/JC Imagem

Foto: André Nery/JC Imagem Foto: André Nery/JC Imagem

Por Álvaro Filho, editor do Blog do Torcedor

Twitter: @alvarofilho

O agora ex-técnico do Santa Cruz, Marcelo Martelotte, atribuiu à "pressão antecipada" que o time sofreu por estar na Primeira Divisão o fato de ter sido sacado do comando tricolor nesta quinta (24). "Até agora, a Série A não trouxe nada de bom para o clube, só a pressão", disse o treinador, em entrevista exclusiva ao Blog do Torcedor. Para Martelotte, a diretoria perdeu o foco em competições que o time tinha condições de ganhar - como o Estadual e o Nordestão - em outras que não entra para ser campeão, como a Copa do Brasil, ou "vai lutar para não cair", como é o caso do Brasileiro.

A que o senhor atribui a sua demissão?

Acho que houve uma pressão exagerada sobre o Santa Cruz, uma expectativa que o time sairia atropelando todo mundo só porque estava na Série A. Mas não é bem assim. O clube continua com a mesma estrutura da Série B, com dificuldades financeiras. Nem patrocinador master conseguiu, basta observar que quem estampa a camisa são os mesmos nomes do ano passado. Para ser sincero, a Primeira Divisão não trouxe ainda nenhum benefício, só ajudou a gerar uma tensão antecipada. Após o primeiro clássico, quando perdemos para o Náutico, o Pernambucano nem tinha começado e o que se ouvia era que o Santa ia cair.

O senhor já suspeitava que seria demitido?

Apesar de conhecer a cultura do futebol brasileiro, achava que se fosse, não seria agora. Afinal, mesmo apresentando um futebol abaixo do esperado, cumprimos nossa meta de seguir no Nordestão e praticamente classificar no Estadual. Esperava que uma avaliação fosse feita após o fim de um ciclo, mas não no meio. Pois o time ainda pode render mais. Na minha opinião, a demissão foi tomada não por observação do meu trabalho, mas pelo resultado. Se tivesse vencido o Bahia, feito 13 pontos e classificado o time em segundo, mas com uma pontuação maior que a do Sport, por exemplo, acho que a diretoria teria agido de outra forma.

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

E por que o time está rendendo menos que o esperado?

Infelizmente, algumas peças que jogaram bem no ano passado, não estão rendendo neste ano. E outras que trouxemos, não corresponderam. Acho ainda que a pressão para ser o primeiro no Estadual e no Nordestão acabou afetando uma parte do elenco mais jovem. Trouxemos o Léo Moura e o Uillian Correia para tentar equilibra isso, mas não deu nem tempo. E quando a pressão acontece, você começa a cobrar o grupo. E aí, chega num momento em que ou se troca o jogador, ou muda treinador. E a cultura é sempre a de sobrar para o segundo.

Houve, então, um desgaste com o elenco e a diretoria?

Não, não houve desgaste algum. Acho até que a minha cobrança foi mais leve do que deveria ser, que poderia ter pego mais pesado. Também não teve problemas com a diretoria ou com os funcionários. Foi uma decisão unilateral da direção, que avaliou a situação como insustentável. Mas como disse, é uma questão cultural. O presidente chegou a dizer que queria fazer um contrato comigo até o fim do mandato dele. Não o mandato de agora, mas quando ele se reelegesse, seis anos de vínculo. Eu balancei a cabeça, dei um sorriso, mas sabia como as coisas funcionam.

Martelotte, Santa Cruz Foto: André Nery/JC Imagem

E com a torcida, houve desgaste?

Veja, minha relação com a torcida é profissional. Quando fui campeão e subi o time, pode ver nas fotos que não estava nas manifestações públicas com os torcedores. Eu sou assim, não presto atenção nisso, não tenho nem rede social. Não me empolgo quando me colocam lá em cima, nem quando me chamam de burro. E muitas vezes, é o mesmo torcedor que faz isso.

Houve uma falha no planejamento?

Não, o que houve foi a antecipação de um problema. O Santa deveria manter o foco agora nas competições que tem chance de ganhar, como o Nordestão e o Estadual. E não se contaminar pela pressão de outras que não vamos ser campeões, como a Copa do Brasil ou o Brasileiro, onde na atual situação o time entra para brigar é para não cair. Mas o Brasileiro é para depois, e não, agora.

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