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Estante F.C. - O futebol jogado pelos homens de negócio

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 13/03/2016 às 9:01
Estante FC FOTO:

Estante F.C.

Toda semana, um dos repórteres de Esportes do Blog do Torcedor, do Jornal do Commercio, da TV Jornal e da Rádio Jornal vai escrever sobre o último livro que leu ou ainda está lendo, envolvendo temas esportivos. Nesta semana, Davi Saboya comenta o livro que mostra como o futebol tem muito a aprender com o universo corporativo.

Estante FC

O Barcelona não se tornou uma referência para os clubes de futebol dos cinco continentes por modismo. E sim, por profissionalismo e competência de um gestor que assumiu a vice-presidência executiva do time catalão entre 2003 e 2008: Ferran Soriano. Ele é o autor do livro "A bola não entra por a caso" e responsável por transformar o Barcelona, que estava à beira da falência, na eterna potencia futebolística mundial.

Formado em ciências empresarias, Soriano mudou a história do Barça ao emplacar estratégias corporativas, que aprendeu ao liderar grandes indústrias de produtos de consumo e telecomunicações, na administração do clube. O gestor soube identificar o novo campo que estava entrando e emplacar as diretrizes empresárias, que mesmo em ramos diferentes, estão em todos os cases de sucesso.

No trecho abaixo, o que o autor considera como essencial para todos que pretendem encabeçar um negócio:

"Quem quiser ter sucesso em alguma atividade deverá identificar e compreender a lógica que existe por trás dela, reinterpretá-la e adequá-la às novas realidades e desafios.

Identificar  e compreender a lógica que existe por trás de uma determinada atividade à qual se quer acesso é o mínimo básico e necessário. O leitor terá visto alguma vez pessoas que pretendem administrar uma organização sem nem sequer ter chegado a compreender o funcionamento básico desse negócio, desse setor ou da própria empresa.  Às vezes, são pessoas com boa vontade que acreditam que a vida é uma montanha-russa, onde tudo sobe e desce, repleta de acontecimentos que tanto podem ser positivos quanto negativos, dependendo do acaso supremo da providência."

No início da gestão no Barcelona, Ferran traçou dois objetivos. Primeiro, montar com um time que demostrasse um futebol de qualidade e conquistasse títulos. Depois, valorizar o sócio e fazer com que ele tivesse orgulho das cores do clube que adotou. Ambos, por sinal, são feitos da boca para fora pelos dirigentes brasileiros.

O autor traz dois erros cometidos no futebol mundial e no Barcelona que podem parecer besteiras para quem não vive o futebol profundamente, mas na verdade mostram que nada no esporte acontece por a caso.

Chelsea e Manchester Unided protagonizaram a final da Liga dos Campeões da Europa de 2008. O título foi decidido nos pênaltis. O time londrino, na época, recém comprado pelo magnata russo Romam Abramovich, esteve a uma penalidade de conquistar o inédito troféu. Mas o zagueiro John Terry escorregou e perdeu a cobrança. Por que colocar tamanha responsabilidade e pressão em cima de um jogador que foi revelado nas categorias de base do clube e no auge da carreira havia passado por todo crescimento do clube? Esta é uma das reflexões de Ferran Soriano.

A outra foi a resposta infundada que recebeu de um dos antigos dirigentes do Barcelona após questionar qual foi o motivo que levou o clube a comprar os dois jogadores brasileiros Geovanni Deiberson e Fábio Rochembach por 18 e 12 milhões de euros, respectivamente. "Me disseram que Rochemback era igual ao Neeskens e que o Geovanni era o novo Garrincha. Pensei que, depois de tantos erros como os que tínhamos cometido, e tanto azar, alguma decisão tinha de sair bem, que era justo que tivéssemos sorte com alguma daquelas contratações", ouviu.

Esses são dois pequenos acontecimentos que mostram a forma amadora que o futebol era e é gerido ao redor do mundo e no próprio Barcelona antes da gestão comandada por Soriano. Através do livro, ele mostra, com esses e vários outros exemplos, como construiu um clube vencedor e uma marca conhecida mundialmente.

Uma gestão profissional, especialistas em cada área do clube, valorização dos sócios e torcedores, e um conceito capaz de permanecer no clube independente da gestão que esteja no comando foram os passos que guiaram o Barcelona para o sucesso.

Atualmente, Ferran Soriano é CEO (diretor executivo) do Manchester City e tenta implantar o mesmo case de sucesso que montou no Barcelona. Já colocou o time inglês entre os maiores da Inglaterra e Europa. Agora busca o título da Ligas dos Campeões. Para isso contratou o técnico que teve sucesso ao seu lado no Barça: Pep Guardiola.

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