Por Álvaro Filho, editor do Blog do Torcedor
Mais do que “união”, faltou ao Náutico paz.
Os três pontos que transformaram à esperança em voltar à Série A em frustração que o digam. Não era necessário o clube viver num idílico e utópico mar de rosas para vencer aquele jogo ganho ou evitar a derrota no final. Apenas que as partes envolvidas no processo político do clube, situação e oposição, limitassem a fazer o trabalho que lhe cabiam, sem dissipar energia num tiroteio fraterno.
Até porque “união” não se conquista de uma hora para outra, muito menos na base da divisão de cargos, e não, na comunhão de ideias. E forçar a integração de qualquer jeito é tão intransigente quanto querer a briga a todo custo. Geralmente, a gente chama de inflexível quem sempre diz “não”. Mas dizer constantemente “sim” também é uma forma de inflexibilidade. O segredo está no equilíbrio.
A oposição é importante no clube, na função de fiscalizar e apontar soluções. A falta de um olhar oposicionista, como preferem os adeptos da união a todo custo, longe de ser benéfica, é danosa, pois a tendência é que os pecados sejam perdoados e os deslizes varridos para baixo do tapete. O erro da atual gestão foi transformar a oposição em inimigo visceral e dar munição para o fogo-amigo. E o da oposição em não perceber que revidar à altura não era alvejar o adversário, mas o próprio Náutico.
O resultado, foi um biênio onde o clube se ressentiu mais da falta de paz do que da de uma união. Pois se apenas uma das partes, qualquer uma delas, tivesse pensado mais no Náutico do que em si mesmo, aquele gol sofrido no final ou perdido de forma displicente poderia ter sido evitado. E os frustrantes três pontos que faltaram para o retorno à Primeira Divisão devidamente creditados na conta alvirrubra.
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