Por Álvaro Filho, editor do Blog do Torcedor
O Movimento de Transparência Alvirrubra (MTA) anunciou que vai tirar o time de campo na eleição que se avizinha, numa confissão pública de sua frustrante incursão na administração de um clube de futebol.
A sigla, da vitória histórica na última disputa ao desgaste atual, paga pelos pecados de ter traído sua missão inicial, do que os franceses chama de "agente provocador", arejando o cenário político do clube, e se metendo ao papel de "gestão".
Em outras palavras, errou por se atrever a fazer o que não devia. Ou sabia.
A saída da disputa, é bom que se diga, é uma tentativa de voltar à rota original, pois não lançar candidato não quer dizer não ter candidato. É óbvio que o fato de não contar com um nome oficial não vai impedir o apoio a um dos pretendentes.
O grande problema é que a administração "mais do mesmo" do MTA transforma o apoio público da sigla em uma espécie de antiapoio, que vai ser o grande desafio que o candidato da atual gestão, provavelmente Ubirajara Tavares, terá: provar que não é o nome do MTA.
Um segundo candidato, Edno Melo, terá um desafio diferente: não ter o apoio, mas contar com a simpatia de alguns integrantes do MTA, principalmente os que não tiveram vez na gestão e se sentiram preteridos. Afinal, se publicamente a sigla perdeu o peso político, internamente continua articulada, ativa nas redes sociais e, principalmente, com votos.
Marcos Freitas está imune ao MTA, pois representa o grupo político que administrou o clube por várias gestões e acabou varrido do poder na última eleição e luta agora para retomar o domínio perdido. Um problema a menos para que tem que lidar com o peso de carregar nas costas as gestões de Berilo Júnior e Paulo Wanderley, de quem foi inclusive avalista como membro na comissão fiscal do Conselho.
"Filiações" políticas até certo pontos constrangedoras e que devem ser o mote da sempre forte e nem sempre leal campanha do MTA nas redes sociais.
Ou seja, mesmo sem candidato, mas atuando no território onde se sente confortável, o MTA deve continuar sendo uma peça importante no xadrez da atual eleição do Náutico.
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