Foto: Assessoria/CNC
Diretor das divisões de base do Náutico, Luiz Guerra se defendeu das denúncias de que os garotos que moram no Centro de Treinamento do clube, na Guabiraba, estariam passando por privações alimentares, de higiene e educação. "Nunca um atleta do Náutico passou fome", garantiu o dirigente, em entrevista nesta quinta (19).
Segundo Luiz Guerra, as informações repassadas à imprensa, de acordo com ele, por conselheiros do próprio clube, foram propositalmente distorcidas. "Toda vez, repito toda vez que vamos ao Conselho relatar nossas dificuldades, que são muitas, elas são repassadas de forma aumentada e distorcidas à imprensa. Não sei o que essas pessoas ganham com isso, em manchar a imagem do Náutico", disse.
Segundo Luiz Guerra, a última polêmica, na qual os atletas do Náutico teriam arrombado uma sala em busca de comida, culminou com a desistência de um patrocínio para que o Sub-20 alvirrubro disputasse a Copa Nordeste. "Não há cadeados nas geladeiras ou nas portas. Algumas salas são trancadas pois têm equipamentos perigosos, como fogões industriais, que se manuseados de forma errada podem machucar os jogadores", explicou.
Luiz Guerra explica que o incidente, aumentando na versão dele, aconteceu há cerca de 20 dias, quando os atletas da base com mais de 18 anos, que não estudam mais, por desvio de conduta, comeram o lanche reservado aos mais jovens que haviam ido estudar, no turno da noite. "São 38 atletas, adolescentes e jovens, de origens, culturas e educações diferentes. Foi um episódio isolado, que tratamos de conversar com eles, pois nosso papel é de educar também, e que nunca mais se repetiu", explicou.
O diretor explicou que a base vive de doações de várias empresas, mas que mesmo assim há a necessidade de se comprar alimentos para suprir algumas refeições. Quando isso acontece, quem libera a verba é o Executivo. "Isso leva de dois a três dias, quando precisamos mudar um pouco as refeições, até que chegue o complemento. Mas nunca os atletas ficaram sem comer ou passaram fome", garantiu.
Luiz Guerra também desmentiu que o técnico da base, Fernando Lassálvia, tivesse sido demitido por expor os problemas. "Ele está afastado por questões médicas, pois se operou de uma hérnia e não tem condições clínicas. Agora, a próxima competição nossa na categoria é a Copa São Paulo de Juniores, em janeiro, que pode ser inclusive sob nova gestão. Se ele vai ficar ou não, depende de uma avaliação, que pode nem ser nossa", disse.
Por fim, o diretor confirmou que o Conselho Tutelar esteve no CT a fim de averiguar se os atletas estavam indo à aula. "Eles deixaram de ir por um período, pois houve o atraso no pagamento da condução que leva os jogadores à escola. O que já foi solucionado. Agora, o que estranho é que esse mesmo Conselho que nos acusa agora não fez nada quando todos os atletas da base, todos, na gestão anterior, já haviam reprovado de ano em agosto. Inclusive um desses conselheiros se colocou numa chapa agora para tentar voltar ao CT", disse ele, referindo-se ao nome proposto por uma das chapas para cuidar da base.
Tentando estabelecer uma diplomacia, Luiz Guerra disse que acredita que a grande maioria dos conselheiros se preocupa com o clube. "Mas como em todo lugar, há gente de bem e outras não."
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