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Opinião: 'Efeito Carmona' pode ser fatal ao Náutico

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 08/10/2015 às 19:17

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Há uma semana do clássico que, não bastasse ter um peso de um clássico ainda pode recolocar o Náutico no G4, o clube retomou uma de suas especialidades e criou um problema para ele mesmo resolver.

O problema em questão foi a dispensa do meia Pedro Carmona, feita de forma intempestiva e irracional.

Carmona recebeu o bilhete verde não por questões técnicas, como ensaiou o diretor José Barbosa, uma desculpa difícil de engolir, pois em comparação com o atual elenco o meia pode ser acusado de tudo, menos de deficiência técnica.

A verdade é que Carmona aumentou o tom nas cobranças de salários atrasados. E irritou pessoalmente o próprio José Barbosa, que após a vitória do Náutico contra o Mogi Mirim, recebeu uns apertos das lideranças do elenco, entre eles Fabiano Eller, Júlio César e Ronaldo Alves, ainda no vestiário.

O Náutico deve os direitos de imagem referente a agosto, pois quitou boa parte dos vencimentos previstos em carteira do elenco. Digo "boa parte" pois o pagamento só foi total até uma faixa salarial. Os valores mais alto receberam 90% do devido.

A próxima folha vence dia 20 de outubro e, embora nenhum atraso deva ser tolerado, levando-se em consideração a cultura administrativa do futebol brasileiro, a situação não se caracteriza propriamente um desmando.

A realidade de Carmona, porém, é diferente, pois a fim de manter a folha razoavelmente em dia, a diretoria reduziu salários e atrasou vencimentos de atletas que estavam em tratamento médico, como o próprio Carmona, durante boa parte da temporada. O "estouro" do meia é pelo conjunto da obra, não pelo período em questão.

A decisão de dispensar Carmona, na visão da direção do Náutico, impediria um "levante" no elenco, justamente num período delicado da competição. Mas surtiu efeito contrário e fez o grupo se voltar contra a própria diretoria.

Não por estima a Carmona, diga-se de passagem.

Os jogadores não estão brigando por um nome, mas por uma "causa", a dos salários em atraso e o meia apenas personifica essa batalha.

O impasse pode obrigar a direção alvirrubra a retroagir na dispensa e engolir Carmona de volta, a fim de piorar o que já está muito ruim. Qualquer decisão agora não resolve a questão, no máximo, reduz os danos.

A diretoria do Náutico nega a crise. Diz que a reunião foi para motivar o elenco e deposita na "oposição" a tentativa de desestabilizar o time. Sugere que enquanto o Timbu estava longe do G4 não havia notícias implantadas na imprensa e, "coincidentemente", bastou o time encostar na zona de acesso para o bombardeio voltar.

Até que faz sentido. Mas o silêncio de todos os dirigentes fala muito.

Quando não se há o dizer, melhor calar.Fato, mesmo, é que o Náutico, por culpa de sua própria diretoria, já entra no clássico contra o Santa perdendo por 1x0.

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