Por Álvaro Filho
O "contingenciamento" do Governo do Estado chegou ao futebol.
Sem dinheiro no caixa por culpa da crise, o governador cortou verbas na educação, saúde, segurança, cultura e sobrou até para o Campeonato Pernambucano, que há mais de uma década funciona como uma secretaria de governo.
Em Pernambuco, o campeonato não era chamado de "Estadual" por acaso. Era tão "Estadual" quanto as outras repartições do governo.
Seja na forma que for, do Futebol Solidário ao Todos com a Nota, o futebol pernambucano foi estatizado e sobreviveu dos impostos pagos pelos pernambucanos, goste o contribuinte de futebol ou não, fazendo com que o presidente da FPF gozasse de status de secretário de Estado.
Mas a boquinha acabou, a fonte secou e hora de aprender a caminhar com as próprias pernas.
A rebeldia dos "pequenos" no Conselho Arbitral foi o primeiro sintoma que os tempos são outros. Antes uma massa pusilânime e sem voz, acostumada a beijar a mão do presidente da FPF para garantir um trocado e acatar tudo o que fosse posto na mesa, sem a subvenção do Estado os cartolas do interior tiraram a pele de cordeiro e mostraram os dentes de lobo.
Acuado, Evandro Carvalho teve que retroceder.
E assim, o Evandrão virou Evandrinho, espremido pelas conquistas do Bom Senso e o prestígio do Nordestão, disputado às pressas, mais por teimosia do que por qualquer outra coisa, só para dizer que tem. Que para funcionar requer equações geométricas envolvendo quadrangulares e hexagonais.
Uma competição onde a maioria dos clubes da Primeira Divisão joga uma nova Segunda Divisão, impedida de enfrentar os times tradicionais do estado, que só entram depois. E, pior ainda, com um regulamento segregário, que abre a possibilidade de rebaixamento apenas para os filiados de menor poder financeiro.
Esse Evandrinho...
