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Opinião: Na conversa, Falcão implanta o estilo 'Sport fino'

Ramon Andrade
Ramon Andrade
Publicado em 28/09/2015 às 10:43
Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Foto: Diego Nigro/JC Imagem Foto: Diego Nigro/JC Imagem

O adversário era fraco e o Sport concedeu muitas chances não aproveitadas pelo rival. É verdade, os críticos viram bem o jogo, mas os argumentos não minam a importância da vitória contra a Chapecoense e o início de um trabalho que o técnico Falcão vem realizando na Ilha, sem estardalhaço, com a fineza de um lorde e a fleuma de um guarda da rainha.

Muito se fala na capacidade de o time ter "a cara do técnico", mas o que se percebeu em alguns momentos da partida foi que o Sport passou a ter a "personalidade" do treinador, menos afobado e consciente em campo.  Falcão pode não ser um primor em atualização tática, mas vem compensando a pouco expressiva bagagem como treinador com a vasta experiência no futebol.

É na base da ancestral transmissão de conhecimento, na conversa ao pé do ouvido, olho no olho, dispensando a pirotecnia dos datashow da vida, que Falcão vem realizando pequenos, mas importantes ajustes no time. A paciência e a calma são alguns deles. Afinal, o jogo contra a Chapecoense era decisivo para as pretensões do time no Brasileiro, porém o peso da importância não foi sentido em campo.

O Sport atuou com leveza, sem que isso tornasse o time complacente com o adversário. Marcou forte quando era necessário, às vezes passando um pouco do tom, mas com a bola no pé trocava a energia física pela emocional, com cada jogador levantando a cabeça para observar o cenário e o posicionamento das peças.

Falcão jogava assim.

É claro que não foi cem por cento. Há ainda a necessidade de adaptação ao novo estilo, "Sport fino", sugerido - e não imposto - por Falcão. E esse processo tem suas fragilidades, como os atletas confundirem calma e paciência com lentidão ou apatia, o que realmente aconteceu em momentos da partida onde a Chapecoense roubou a bola com facilidade e criou suas chances.

Mas a pressa também não surtiu resultados. No início do segundo tempo, quando o Sport imprimiu um ritmo frenético, criou suas as chances, a bola ziguezagueando na área catarinense. Mas gol, que é bom, só quando a cabeça estava erguida e o jogador, seja Diego Souza, Samuel Xavier ou Régis, parou um milésimo de segundo para pensar o que ia fazer, chutando ao gol ou numa assistência.

Falcão não era o técnico que a torcida do Sport sonhou, nem foi digerido muito bem pela imprensa, inclusive por esse cronista que vos escreve. Mas ele tem vem mostrando que tem seus méritos e que pode compensar as deficiência com treinador com a eficiência de sua retórica - não confundir com conversa - e a quilometragem de quem já zerou o marcador no mundo da bola.

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